Em tempos de iPhone e Android, existe um celular à venda no Brasil que
tem toda essa história de ser integrado às redes sociais, mas que não
custa R$ 2 mil como a grande maioria dos supercelulares que são
lançados por aqui em quase todas as semanas. Trata-se do MotoCubo, da Motorola, que
chegou no País há cerca de três meses.

Gorducho e pequeno, o
aparelho tem como foco o público jovem, que manda mais SMS do que faz
ligações, que não checa seus e-mails no Outlook, mas sim o último scrap
do Orkut. Para atender essa importante fatia do mercado, o Motocubo tem
botões de acesso rápido ao Facebook, Last.fm, MySpace, Windows Live
Messenger
e o próprio Orkut. Também tem uma câmera de 2.0 megapixels,
Bluetooth e vem com um cartão de 2GB de memória, que pode ser expandida
para 32GB. Com esse currículo, como explicar o seu valor que,
desbloqueado, chega a R$ 549? Simples: o celular não tem Wi-Fi nem 3G;
sua navegação é o velho EDGE – o que exige um bom plano de dados na hora
de comprá-lo. Isso não o deve encarecer muito, existem planos pré-pagos
bem interessantes para
o MotoCubo. Um reflexo do sucesso do aparelho é que ele é, atualmente,
o produto mais buscado dentro do Buscapé.

Por
isso mesmo, o Virgula pegou um modelo dele para testá-lo, a fim de
dizer se ele realmente é uma boa compra ou não para este Natal. O foco da análise foi o
sua navegação nas redes sociais. Afinal, esse é o grande chamariz do
Motocubo, um telefone móvel também de forte apelo ecológico – seu material é
70%
reciclável, sendo que 25% dele foi construído a partir de garrafas
PETs.

PARA MÃOS PEQUENAS

Logo ao ligar o aparelho, já se vê os ícones do Orkut,
Facebook e afins na tela de 2,5 polegadas. Para acessá-los é preciso
fornecer seus contatos e esperar um bocado. A página do Orkut criada
para o MotoCubo é bem simples, mas funcional. As abas de recados,
contatos, fotos e perfil são destacadas. É só navegar e sair clicando,
com a possibilidade de até subir uma nova foto. A qualidade de imagem
não é nenhuma maravilha, mas não deixa a desejar. Em relação ao
teclado, ele não é muito confortável para quem tem mãos grandes, em
razão do visual nada comum do celular, muito largo e atarracado.

A
navegação é bastante lenta para quem está acostumado a mexer com um
iPhone, por exemplo. Espera-se cerca de 10 segundos para abrir cada
página, sempre com aquele velho ícone da xícara que identifica o
tráfego de dados. Mas não é uma eternidade. O Facebook foi melhor e
mais rápido, inclusive para carregar imagens. Também foi o único
a exibir, assim que desligado, a quantia de dados consumida – no caso,
foram 187 kb em 5 minutos de uso (mais o streaming).

Esse é o
problema de ter um celular com a tecnologia ultrapassada do EDGE: fica-se
preocupado em não gastar muito. Por isso mesmo a ideia por trás do MotoCubo é
fornecer um acesso rápido e (quase) instantâneo às ferramentas da internet – checar os
scraps, enviar uma mensagem ou confirmar o endereço daquela festa
promovida no Facebook. Um exemplo é a presença do software WebShare,
que serve para postar fotos em blogs e redes sociais rapidamente. Não
vale a pena querer usar o Google Maps que ele tem embutido ou o seu
browser (o ótimo Opera). Passar um tempo conectado a esses serviços
teria um custo muito alto para o seu perfil de consumidor.

Em
relação à parte multimídia, o celular da Motorola se sai bem. É fácil
organizar playlists e ele sintoniza rádio FM com RFD, o que permite ver
mensagens de texto na tela, como o nome da música e do programa que
estão no ar. A entrada para fone de ouvido é  padrão, 3.5mm. Aliás, por falar em música, além de vir com o Last.fm o Motocubo traz o
Midomi, um divertido programa que adivinha a música que você
cantarolar. Basta assobiar ou enrolar a melodia para ele descobrir a canção em seu banco de dados. Funciona mais ou menos, assim
como a câmera, que não tem flash. Para bater umas fotos dos amigos em
um ambiente iluminado, ela está ótima. Já para fotografar paisagens,
esqueça!

CADÊ O TWITTER?

As impressões finais sobre o MotoCubo são positivas.
Ele não é um celular de primeira linha e com recursos inovadores, mas
também não é um pé de boi que só faz ligações. Ele está no grupo de
acesso à elite, digamos. Para o perfil do jovem brasileiro ele é uma
ótima indicação, pois é baratinho, tem um design atrativo e está
integrado amigavelmente com as principais redes sociais que existem (o
Twitter ficou de fora, infelizmente).

Não olhe com preconceitos
para o fato de ele não ter Wi-Fi ou 3G. Em um País em que 94% da
população não tem acesso à internet banda larga, um celular barato que permite entrar facilmente na internet é um ótimo negócio.


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MotoCubo leva as redes sociais ao "povão"