“Não há momento mais propício do que o atual”, diz o empresário Luiz Calainho, nome conhecido da mídia e do entretenimento. Ele se refere ao mais novo projeto para o Estádio Olímpico Municipal João Havelange, o popular Engenhão, que em breve se transforma em uma verdadeira arena de eventos. Sem perder caráter esportivo, passa a ter outro nome: Stadium Rio.

A explicação para não existir melhor época do que agora para esta remodelagem do estádio se dá por conta de vários fatores: a escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014; a confirmação do Rio de Janeiro como cidade dos Jogos Olímpicos de 2016; e a proximidade da reforma do Maracanã. Neste meio tempo, em parceria com a Pepira Empreendimentos – braço da In Mont International, especializada em gestão de shoppings –, Calainho conta que mais de R$ 20 milhões serão investidos.

“No final de dezembro, iniciam-se as obras. Neste primeiro momento, elas se concentrarão, com ajuda da Prefeitura, nas melhorias necessárias no entorno do estádio. Ele vai virar uma arena de eventos, com grandes shows, chegada de Papai Noel, e outras atrações que também devem mesclar o esporte com o entretenimento”, afirma o empresário.

O Botafogo venceu a licitação do Engenhão após os Jogos Pan-Americanos
de 2007. Agora, a concessão está nas mãos da parceria Calainho/In
Mont em conjunto com a Prefeitura do Rio de Janeiro

E por que o Engenhão? Simples. Com os portões do Maraca fechados, o campo de Engenho de Dentro passa a ser o grande palco do futebol carioca. “Falamos de mais de três milhões de pessoas envolvidas”, contabiliza Calainho. Nada melhor do que aproveitar toda a exposição do esporte mais popular do mundo para garantir o sucesso do investimento, mas o Stadium Rio conta com mais um trunfo: sua arquitetura e estrutura. O espaço conta com pista que separa o gramado das arquibancadas, o que proporciona eventos para diferentes números de público. Por isso, é uma arena bem versátil, nos moldes de grandes complexos encontrados na Europa, como a Allianz Arena, na Alemanha.

“Ainda devemos construir um centro de treinamento, uma universidade e um centro médico nas imediações. Tudo, claro, visando aproximá-la dos estádios europeus, que abrigam grandes eventos. Também já pensamos na Copa e na Olimpíada que abrigaremos”, completa Calainho. Ele revela que deve acertar o patrocinador para completar o nome do Stadium Rio (em esquema de naming rights) em até 90 dias.

“Já estamos com as reuniões em andamento. As obras começam no mês que vem; o nome, por sua vez, só deve ser alterado oficialmente quando tudo for assinado”, salienta.

E o Botafogo nesta história?

Consciente de que o Engenhão será agora casa do futebol carioca, o botafoguense se pergunta: e o Botafogo na jogada? É isso que quer saber o  torcedor ciente da mudança de nome; e da nova estrutura com internet sem fio e praças de alimentação (várias redes confirmaram participação).
 
“O Botafogo teve uma postura muito inteligente. Ciente de que eles têm um equipamento de potencial enorme nas mãos, procuraram quem possui o conhecimento correto para fazer esse tipo de gestão”, explica. “Quem está no futebol, que movimenta quase 300 bilhões no mundo anuamente, não tem a consciência de como potencializar e aplicar isso em novos negócios. É o que pretendemos”, garante Calainho

O empresário confirma a possibilidade do ex-beatle Paul McCartney ser uma das primeiras atrações do Stadium Rio. “Mas não há nada certo por enquanto”, despista.

De fato, o Fogão deve sair ganhando com o negócio. Conforme forem acontecendo os eventos no Stadium, a Pepira e Calainho ganharão porcentagens com a gestão de publicidade, marketing e eventos não esportivos. Entretanto, além de deixar de arcar com os custos atuais do Engenhão (que têm dado prejuízo), o time de General Severiano também terá sua fatia. Os jogos continuarão acontecendo, as bilheterias do estádio continuarão abertas e com uma melhor estrutura para o torcedor.

“ É uma obra para o torcedor carioca, para todos”, resume.


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Novo gestor do Engenhão, Calainho quer "mesclar esporte e entretenimento"