Toda vez que libera algum lançamento na rede, o Google usa da mesma estratégia de marketing: restringe o seu acesso à algumas pessoas. Os sortudos que recebem os convites passam algumas semanas se achando (há casos de pessoas que vendem as entradas pela internet), até que a novidade seja aberta ao público em geral. Com o Google Wave está sendo assim e o mesmo, com um pouco mais de furor no Brasil, com o novo Orkut.

A rede social nº1 do País lançou no final da semana passada uma nova versão. A estrutura continua a mesma, mas o novo Orkut está mais personalizável, podendo-se mudar as cores das abas, como no MySpace, e mais social, como no Facebook. E é no Facebook que o novo Orkut foi buscar sua inspiração. Quem está habituado a usar a rede de Mark Zucherberg vai sacar isso de imediato. À primeira vista, até parece uma cópia.

Na home do perfil, agora existe uma nova ferramenta, de sugestão de amigos. O mesmo já existe no Facebook. O Orkut agora também é um pouco de microblog e estimula que você escreva o que está fazendo naquele momento de conectividade. Essas atualizações são exibidas em cascata na galeria de Updates, da mesma forma que no Facebook – inclusive com os seus contatos comentando abaixo do seu tópico. Essa área ficou muito maior do que na versão antiga, além de mais prática. É possível responder aos comentários sem entrar no perfil de quem lhe envou uma mensagem, por exemplo. Os perfis, agora, também exibem os scraps, eles não estão mais dentro de uma caixa especial. Ficou tão parecido com o Facebook, que só faltou o Google enfiar aquela ferramenta de “curtir” o que foi escrito.

Apesar da “homenagem descarada”, o Orkut acerta nesta escolha. A rede social ficou mais interativa, ágil, e ganhou um novo fôlego. O modelo anterior estava estagnado. Falta, ainda, a imensa lista de aplicativos e games que existem até dizer chega no Facebook. Esse é um dos grandes trunfos do site, aliás. São poucas as opções que existem no Orkut. E as que existem são bem infantis (alguém ainda acha graça no Buddy Poke?)

Em relação ao resto, houve apenas uma repaginação visual. A caixa com a lista de contatos agora os exibe integralmente, não apenas aqueles que se logaram recentemente. Na pasta dedicada às comunidades, a mesma coisa. Isso deu uma maior agilidade: é muito melhor encontrar tudo concentrado em uma só página do que ter ficar clicando em tudo quanto é canto para se chegar ao destino desejado.

Resumindo? O Orkut não sofreu uma grande cirúrgia plástica, apenas ganhou uma dose de botox aqui e uma esticada acolá para ficar mais jovem, mais atual, no mesmo patamar de seus concorrentes mais famosos. A mudança atinge diretamente o Facebook, pois ao copiar os principais elementos que fizeram dessa a rede social mais popular do planeta, o Google claramente busca interromper a sua expansão pelo território brasileiro.

Tais novidades estão mesmo na página inicial. O resto é mais do mesmo: pode-se continuar a se tornar fã de uma pessoa, dar rostinhos felizes para ela, cubos de gelo e os mesmos corações bregas. Curiosamente, essas informações não aparecem mais nos perfis, o que é estranho. A maneira de entrar nas comunidades, criar e responder a tópicos, não teve alterações também.

Demora um bocado para se acostumar com este novo visual. Mas o seu recheio, que agrada o povo tupiniquim há quase 6 anos, continua intacto. Para os saudosistas de plantão, até aquele azul-bebê, tão característico, foi mantido como a cor do fundo de tela do Orkut.


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Novo Orkut: inspiração no Facebook para ganhar um novo fôlego