O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tentou reconquistar hoje (11) o coletivo homossexual com uma apaixonada defesa de seu compromisso inquebrantável com sua luta pela igualdade de direitos e a promessa de eliminar as medidas discriminatórias.

 

Em discurso perante a Campanha pró-Direitos Humanos, a maior organização em defesa dos direitos dos homossexuais dos EUA e que organizou esta noite um jantar de gala para arrecadar fundos, Obama admitiu que as mudanças prometidas na campanha eleitoral não chegam tão rápidas como eles esperavam.

 

Apesar disso, pediu à comunidade homossexual paciência. “Não duvidem dos avanços que vamos conseguir, porque meu compromisso com vocês é inquebrantável”.

 

“Estou com vocês nesta luta”, afirmou Obama, sob ovações.

Com estas palavras, Obama estendeu uma mão a um setor da população que o apoiou de maneira decisiva nas eleições do ano passado, mas que desde então se sentiu abandonado e se lamentou da inatividade da Casa Branca em áreas como a presença dos homossexuais nas Forças Armadas.

 

Por isso, o presidente americano, da mesma forma que já o tinha feito em algumas ocasiões anteriores, reiterou hoje sua promessa de eliminar a política atual em relação aos homossexuais nas Forças Armadas.

Esta política, conhecida como “don’t ask, don’t tell” (“Você não pergunta, eu não respondo”) permite que os homossexuais possam servir nas Forças Armadas sempre e quando não revelarem sua orientação sexual.

Apesar das promessas de Obama de acabar com esta política, até agora não deu nenhum passo visível para pôr fim a esta lei, implantada durante a Administração de Bill Clinton (1993-2001).

O presidente não deu, no entanto, uma data para a revogação da lei como tinha reivindicado os homossexuais.

 

Obama, que pronunciou seu discurso um dia antes da Marcha Nacional pela Igualdade, na qual milhares de gays e lésbicas se concentrarão para pedir igualdade de direitos, também se referiu a outras demandas do coletivo homossexual, como o casamento e os benefícios para os casais, e a não discriminação no emprego.

“Ninguém deve ser demitido por ser gay”, disse Obama sob aplausos do público e prometendo também que não descansará até “terminar com todo tipo de discriminação”.

 

Neste contexto, Obama, prometeu assinar a legislação sobre delitos de ódio, que inclui a definição de ataques baseados no sexo, na orientação sexual, na identidade de gênero ou incapacidade.

A Câmara de Representantes (Deputados) aprovou na quinta-feira passada a legislação, que também receberá na terça-feira provavelmente o sinal verde do Senado.

 

Em relação ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, o presidente assegurou que se avança para revogar a chamada Lei de Defesa do Casamento, que discrimina os homossexuais em relação ao reconhecimento de suas bodas e direitos para os casais.

“Acabarei com isto”, assegurou.

 

Um total de 29 estados dos EUA proibiu os casamentos de pessoas do mesmo sexo e só seis reconhecem estas uniões.

Dois Estados reconhecem os casamentos de homossexuais contraídos em outros estados.

 

O Distrito de Columbia também reconhece os casamentos de homossexuais de outros estados e se prevê que autorize em breve as bodas gays em seu próprio território.

 

“Chegará o momento no qual nós como nação finalmente reconheçamos as relações entre dois homens ou entre duas mulheres como justas, reais e admiráveis como as relações entre homens e mulheres”, previu Obama.

 

O discurso de Obama foi recebido com um grande otimismo pelo coletivo homossexual. O presidente da Campanha pró-Direitos Humanos, Joe Solmonese, qualificou a noite de “histórica”.

“Sentimos o pleno apoio e compromisso do presidente dos Estados Unidos. Isto nunca tinha sido ouvido”, disse.


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Obama apoia reivindicações dos homossexuais nos EUA