O crescimento no desemprego em consequência da crise econômica vai durar entre seis e oito anos caso providências não sejam tomadas, alertou nesta quarta-feira o diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Juan Somavía, durante a apresentação de um relatório.

“Os líderes políticos não deram atenção suficiente às consequências humanas e sociais” da crise, disse Somavía, diante de quatro mil representantes de Governos, trabalhadores e empregadores reunidos em Genebra entre esta quarta e o próximo dia 19.

Somavía criticou os motivos que levaram à atual situação ao dizer que, nas últimas décadas, “a política econômica dominante não levou em conta, basicamente, os valores fundamentais da OIT. A capacidade do mercado em regular a economia foi supervalorizada e o papel do Estado foi desvalorizado”.

Segundo ele, serão necessários 300 milhões de novos empregos no mundo para absorver o aumento da força de trabalho até 2015.

Entretanto, com uma contração prevista da economia mundial de 1,3% neste ano, “o desemprego deve continuar crescendo até o final de 2010 ou até 2011”.

Somavía afirmou que a indignação de trabalhadores e inclusive de alguns empresários é “legítima” já que “a economia global perdeu o controle porque alguém dormiu ao volante, mas todos nós batemos”.


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OIT diz que crise no emprego pode durar entre 6 e 8 anos