Como tantas outras bandas de samba, o Sambô começou em uma roda de amigos, que tinham em comum o gosto pelo ritmo e compartilhavam a mesma mesa de bar. Entretanto, o grupo formado por Sudu Lisi na bateria, Ricardo Gama no teclado, Sávio Penha no cavaquinho, Júlio César na guitarra e banjo, Max Leandro no tantan e rebolo e Zé da Paz no pandeiro, tem um repertório, digamos, inusitado: clássicos do rock em ritmo de samba.

Resultado? Músicas como Mercedes Benz, de Janis Joplin (veja o grupo tocando a música no vídeo abaixo), Rock’n Roll, do Led Zeppelin, e The Logical Song, do Supertramp, tocadas com banjo, cavaquinho e em ritmos feitos pra fazer a galera dançar.

“Sabe o mais engraçado? A gente nunca pensou em fazer isso, nosso negócio era tocar samba mesmo. Daí, algum maluco gritou no meio de um show nosso: ‘toca um rock’n’roll aí!’, e resolvemos tentar pra ver se dava certo. Pelo jeito, deu”, conta Gama. Segundo ele, a banda toca um estilo batizado de “rock-samba”. “Em vez do samba-rock, que faz um samba com influências do rock, o Sambô pega os clássicos do rock e os toca com a nossa pegada, voltada para o samba”.

O tecladista não hesita na hora de afirmar que a banda nem ensaia na hora de arriscar adaptar clássicos de gigantes como U2  e Janis Joplin. “Não ensaiamos antes, não combinamos repertório, simplesmente sai, do nada. E sempre dá certo, nunca aconteceu de a gente tentar e não conseguir tocar”, afirma Gama, que atualmente está fissurado no som da banda Maroon 5. “Essa é a banda que estou mais curtindo tocar ao vivo. É muito divertido!”.

Por incrível que pareça, Gama afirma que não há rejeição por parte dos roqueiros. “Olha, dificilmente recebemos reclamações. O pessoal do rock costuma gostar e respeitar muito o nosso trabalho. E o pessoal do samba mais tradicional também fala bem das nossas adaptações”, garante.

A mistura inusitada garante ao Sambô uma agenda de shows recheada para 2009. Eles também vão lançar um DVD, que permanece inédito em razão do atraso na liberação dos direitos autorais das músicas de rock escolhidas pelo grupo. Provavelmente, o problema não é má vontade: segundo Gama, a banda recebeu elogios de um dos “homenageados”. “O Bono Vox disse que gostou da nossa versão de Sunday Bloody Sunday. Por enquanto, só ele respondeu, mas já está bom, né?”, disse.


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Pagode'n'roll: conheça o Sambô, que adapta clássicos do rock para o samba