Aos poucos a economia brasileira vai confirmando os primeiros sinais de recuperação econômica em 2009. Agora, existe até mesmo a expectativa de que o país encerre o ano com crescimento positivo, contrariando projeções de órgãos internacionais e também de algumas entidades brasileiras.

Apesar de um cenário positivo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse em entrevista exclusiva à BBC de Londres que ainda é muito cedo para pensar que as políticas de estímulo à economia adotadas em diversos países já podem ser desativadas.

“Cada país tem seu ritmo e seus problemas. Mas, ainda não chegou a hora para sinalizarmos que chegou a hora de desativar essas medidas de estímulo. Vamos continuar com isso para consolidar o crescimento”, disse o ministro ao correspondente britânico no Brasil, Gary Duffy.

Mantega disse também que os países não podem passar uma “mensagem” ao mercado dizendo que agora a preocupação é com a dívida pública. “Quem elevar a taxa de juros pode cometer um erro, isso seria improdutivo nesse momento”. O ministro participa nesta semana da reunião de cúpula do G20, em Pittsburgh, nos Estados Unidos.

O encontro, que vai reunir os chefes de Estado dos países que compõem o grupo das 20 principais economias do mundo, terá como um dos temas principais a discussão de medidas para reduzir de forma gradual os programas de socorro ao mercado adotados a partir de setembro de 2008, quando a crise se acentuou.

Com a propagação da crise em todo o planeta, muitos países chegaram a reduzir as taxas de juro para quase zero. No Brasil, além da sensível redução da taxa Selic, o governo criou uma série de medidas para estimular a economia, como a redução de impostos para compra carros, eletrodomésticos e material de construção.

Outro importante tema a ser discutido no G-20 é uma nova regulamentação do sistema financeiro internacional. “Sabemos que uma das principais causas dessa crise foi a falta de regulação. Mas, não podemos deixar isto passar e permitir que os mercados financeiros criem uma nova crise. É o momento de fazer uma mudança nas regras”, disse Mantega.


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Para Mantega, ainda não é a hora de reduzir estímulos econômicos