Investigações da Polícia Federal revelaram que o empresário Fernando Sarney tentou interferir em indicações e negócios realizados pela Eletrobrás, empresa estatal de energia. As informações do inquérito da PF foram publicadas nesta sexta-feira pelo jornal Folha de S. Paulo.

Em uma das conversas gravadas pela PF com autorização da Justiça, Fernando trata da indicação de uma pessoa para um cargo na diretoria financeira da Eletrobrás.

Em uma das gravações, um interlocutor (identificado como Jorge ou Vitinho) diz que precisa do aval de Fernando para concluir uma indicação.

Ele cita ainda o nome do advogado Roberto Teixeira, colega do presidente Lula, que também teria defendido o nome da mesma pessoa para a função na Eletrobrás. Este interlocutor entrou em contato com Fernando no dia 17 de abril de 2008 para tratar do assunto.

“Vai ter uma diretoria que tá pra entrar lá na Eletrobrás e nós precisamos de um apoio, eu posso passar um e-mail para você?”, diz o interlocutor. Fernando responde: “Claro […]. Manda para mim um e-mail”.

Uma semana depois, o empresário João Dória Júnior troca telefonemas com Fernando. O empresário pergunta a Fernando se ele já tinha o nome para que fosse indicado para o ministro e o presidente da Eletrobrás.

“Eu já passei para eles aquelas indicações e datas. Fiquei aguardando uma posição, que ainda não veio. Eu tô em Brasília, vou estar com eles hoje. Amanhã te digo alguma coisa”, respondeu Fernando.

Apesar de não ter citado nominalmente, a conversa fazia referência a Edison Lobão, indicado para comandar a pasta de Minas e Energia por José Sarney, de quem é aliado.

Fernando, filho de José Sarney (PMDB-AP), presidente do Senado, foi indiciado na quarta-feira (15) sob acusação de ter cometido crimes como formação de quadrilha, gestão irregular de instituição financeira, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.


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PF revela que filho de Sarney tentou interferir na diretoria da Eletrobrás

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