O presidente interino de Honduras, Roberto Micheletti, decretou toque de recolher na madrugada desta segunda-feira (29), horas depois de ser empossado.

Micheletti, então Presidente do Congresso, assumiu o cargo máximo do país depois que soldados prenderam o presidente eleito Manuel Zelaya, no domingo (28), e o enviaram para o exílio na Costa Rica.

O presidente interino disse que Zelaya foi retirado do governo seguindo normas constitucionais e disse que o plano para a realização de eleições presidenciais no dia 29 de novembro serão mantidos.

Nesta madrugada, Zelaya pegou um voo da Costa Rica para a Nicarágua onde participa da reunião da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba). Zelaya foi recebido pelos presidentes Hugo Chávez (da Venezuela), Rafael Correa (do Equador) e Daniel Ortega (da Nicarágua).

Histórico

A crise política em Honduras que levou à detenção de Zelaya pelo Exército teve origem num enfrentamento do mandatário com os outros poderes estabelecidos do país: o Congresso, o Exército e o Judiciário.

Zelaya queria que as eleições gerais de 29 de novembro tivessem mais uma consulta, sobre a possibilidade de se mudar a Constituição do país.

Segundo sua proposta, os eleitores decidiriam nessa consulta se desejavam que se convocasse uma Assembleia Constituinte para reformar a Carta Magna. Com isso, Zelaya poderia abrir caminho para sua reeleição, o que é vetado pela atual Constituição.

A intenção de Zelaya era realizar, no domingo passado (28), um plebiscito sobre a ideia da consulta de 29 de novembro. O plebiscito deveria ser realizado no domingo, mas ao invés disso o presidente foi detido.


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Presidente interino de Honduras declara toque de recolher