A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou nesta sexta-feira (29) a Sondagem Especial sobre Comércio Exterior, que foi realizada no mês passado com mais de 1,3 mil empresas em todos os setores. O levantamento mostra que as indústrias do país estão preocupadas com a queda nas exportações e também com a presença mais constante de produtos importados no mercado doméstico.

Para o gerente executivo da CNI, Flávio Castelo Branco, a crise fez com que o comércio em todo o mundo ficasse mais restrito, fazendo com que as empresas do setor percam participação tanto no mercado interno quanto no externo. Esse cenário pessimista é confirmado pela projeção da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que aposta que em 2009 haverá uma queda de 5% na produção industrial do Brasil, que levará a uma queda de 1% do Produto Interno Bruto (PIB).

Segundo a pesquisa, um total de 66% das empresas brasileiras que vendem para o exterior já forma afetadas pela crise, sendo que para 84% delas o impacto foi a falta de demanda por seus produtos. Já o crédito mais caro foi apontado como problema por 7% das indústrias, enquanto 6% se queixam da valorização do real ante ao dólar. A CNI destaca que na época desse levantamento a moeda americana estava cotada a R$ 2,30.

Castelo Branco entende que o governo brasileiro precisa ficar mais atento no que diz respeito o câmbio. “A expectativa era que com o dólar mais valorizado, as indústrias brasileiras teriam mais competitividade para seus produtos justamente em uma fase de recuperação da economia mundial. Agora, essa valorização afeta negativamente e é motivo de grande preocupação”.

Desconsiderando o valor da moeda dos Estados Unidos, a pesquisa feita pela CNI mostra que 48% das empresas exportadoras já contam com uma redução da participação das vendas para o exterior em seu faturamento bruto para 2009. A solução mais procurada é a tentativa de atrair novos negócios com outros países.

As indústrias também buscam reduzir os custos e aumentar a produtividade como alternativa, além de apostar na exportação de novos produtos, investimento na qualidade e no design das mercadorias, redução da margem de lucro e investimentos em marketing.

No mercado interno, a principal preocupação é com a possível invasão de produtos importados e também do aumento da concorrência.


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Real forte já causa novas preocupações para a indústria nacional

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