A seleção brasileira é apontada há muitos anos por especialistas, rankings e torcedores como a maior equipe do futebol mundial. Entretanto, a cada temporada, principalmente em vésperas de partidas e competições importantes, o Brasil utiliza as datas FIFA – espaços no calendário da entidade para a realização de jogos entre seleções –, para amistosos sem a menor expressão. O poderio verde e amarelo poderia ser testado frente aos grandes times, os jogadores partem para o exterior para contemplar acordos comerciais costurados pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol).

É bem verdade que, desde 2006, quando o Brasil caiu nas quartas-de-final da Copa do Mundo da Alemanha e Dunga assumiu o comando técnico, a seleção até que passou a enfrentar adversários fortes. Pôde se reestruturar enfrentando (com vitórias) equipes como Itália, Inglaterra, Portugal e Argentina. Mas agora, com um novo time montado, tornar a medir forças contra oponentes sem força no cenário do futebol não soa como uma má ideia?

A partida desta terça-feira contra o Omã, “perigoso” 79º colocado no ranking da FIFA, não nos deixa mentir. Todos devem estar se perguntando o que quer dizer os 2 a 0 no placar para o time de Dunga. Com algumas seleções africanas e europeias, como Gana, Sérvia e Holanda, já classificadas para o mundial, não seria mais interessante pensar em confrontos com adversários diretos, que oferecem resistência e que estarão na Copa? Afinal, a vitória desta quarta-feira não representa mais do que a obrigação do Brasil, e lembrem-se: este foi o penúltimo jogo antes da África do Sul.

Relembre outros jogos sem expressão realizados nos últimos anos pela seleção brasileira:

Brasil 3 x 0 Islândia

Antes de partir para os Estados Unidos, em 1994, o Brasil enfrentou a gélida seleção islandesa no estádio da Ressacada, em Florianópolis. A partida marcou o primeiro gol de Ronaldo pela seleção. Para um time que havia conquistado a classificação para a Copa na bacia das almas, um teste mais incisivo seria necessário. Que bom que, no final, já sabemos que o que aconteceu…

Brasil 3 x  Andorra

Com status de atual campeã do mundo, a seleção brasileira partiu para França, na Copa do Mundo de 1998, após conseguir uma suada vitória sobre a seleção de Andorra. O time era formado por jogadores quase amadores, com bombeiros, policiais, entre outros. Eles vestiram o primeiro uniforme de futebol da história de Andorra, confeccionado justamente para partida contra os brasileiros. Neste caso, uma preparação melhor fez falta no final das contas.

Brasil 4 x 0 Malásia

Uma goleada sobre a seleção da Malásia, acredite, não quis dizer muita coisa na campanha do pentacampeonato do Brasil, em 2002, na Coreia e no Japão. E olha que foi o último jogo antes do mundial…

Brasil 5 x 2 Catalunha

Em 2004, o Brasil tinha jogos importantíssimos pelas eliminatórias da Copa do Mundo da Alemanha, contra Argentina e Chile. E, entre os dias de treinamento na Granja Comary, os atletas deram um pulinho na Catalunha para duelar com a seleção local. Convenhamos: se não foi o melhor momento para um amistoso, que ao menos o adversário fosse mais forte…

Brasil 3 x 0 Guatemala

O Brasil não disputava um amistoso há muito tempo em território brasileiro. Para a última vez de Romário na seleção, em 2005, nada melhor do que realizar uma partida de despedida contra a expressiva seleção da… Guatemala! Pois é, o baixinho merecia um adeus melhor e que combinasse com a sua importância para o futebol.

Brasil 8 x 0 Combinado de Lucerna

A preparação em Weggis, na Suíça, foi uma festa com torcedores, arquibancada e invasão de gramado… Para coroar essa fase antes da Copa da Alemanha de 2006, o Brasil enfrentou o Combinado de Lucerna, na Basiléia. Enfiou um sonoro 8 a 0. E o que isso quis dizer? Que o combinado aqui do Virgula faria um papel melhor que o de Lucerna e poderia preparar melhor a seleção que acabou dando vexame no mundial.


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Seleção brasileira especializou-se em amistosos inexpressivos