Hoje, dia 23 de novembro, faz exatamente um ano que Chinese Democracy, primeiro disco de inéditas do Guns N’ Roses desde 1994, chegou às lojas de todo o mundo. Cercado de polêmicas e muita descrença, todo o impacto que seu nome carregou durante toda a década acabou saindo como um tiro na água, tamanha foi a decepção da imensa maioria dos fãs com seu resultado final

Os Guns N’ Roses, goste você ou não, foram a maior banda de hard rock do mundo entre o meio das décadas de 80 e 90. Sua mística identidade, aliada aos problemas internos e todo o tumulto gerado pelo grupo por onde passava, transformou em lenda o quinteto comandado pelo então sex symbol, atual ex-símbolo de uma geração, Axl Rose.

Fato é que seus milhões de fãs aguardavam sedentos por um novo disco da banda desde 1994, quando começou a se falar em Chinese Democracy. Mas 13 milhões de dólares e 14 anos depois, finalmente tiveram a chance de ouvir aquilo pelo que tanto esperaram: um novo disco do grupo que fez história na chamada “geração MTV”.

Apenas alguns dias antes do lançamento do disco, o blogueiro Kevin Cogill disponibilizou nove faixas do disco em seu site pessoal e acabou preso por violação de copyright, acabando condenado a um ano de liberdade condicional e dois meses de prisão domiciliar. Todos os veículos especializados acabaram concordando que a condenação foi um enorme fracasso, já que o seu blog (Antiquiet) acabou virando referência internacional depois do vazamento.

As críticas das músicas vazadas já eram muito negativas, mesmo antes da mixagem final emergir. A dúvida ainda pairava no ar até o dia do lançamento do disco. Na semana do dia 23 de novembro, o álbum esteve entre os 10 mais vendidos dos EUA, para posteriormente não mais visitar a parte de cima da lista da Billboard.

A decepção

Após o lançamento, muita gente malhou por demais Chinese Democracy. Com um material que, na melhor das hipóteses, pode ser taxado de mediano, não demorou muito para a ironia e descrença da mídia e do público em geral virarem decepção total e completa com o resultado desses 14 anos de demora para o lançamento do álbum.

Sem identidade ou força, a reincarnação do Guns N’ Roses tirou do sério até os fãs mais xiitas, que acusaram Axl Rose de enganar e enrolar sua legião de admiradores ao redor do mundo. Depois de tanto brigarem em nome da banda, grande parte dos fãs optou por simplesmente abandonar a nova versão da banda e voltar a escutar aqueles grandes discos lançados entre 1987 e 1993.

Até mesmo Rose, vocalista e único remanescente da formação original da banda, sentiu o impacto negativo do disco e voltou a se isolar do mundo, da mesma forma que fez no início desta década. De acordo com uma reportagem publicada pelo jornal New York Daily em junho, ele se recusava a sair de casa e chegou a demitir seu relações públicas, Irving Azoff, pelo menos três vezes em cinco semanas.

Chegando apenas ao terceiro lugar na Inglaterra e ao segundo nos EUA por apenas uma semana, Chinese Democracy foi considerado um fracasso completo pela gravadora Geffen, mesmo tendo vendido 5,1 milhões de cópias ao redor do globo. A confusão foi tanta que, mais uma vez, a banda não caiu na estrada e teve suas primeiras datas de divulgação atrasadas.

Como se não bastasse a tragédia, a banda ainda teve de lidar com uma acusação de plágio do compositor alemão Ulrich Schnauss, que afirma ser o autor de trechos presentes na faixa Riad N’ The Bedouins, escrita por Axl Rose para o disco de retorno dos Guns N` Roses.

Sem muito o que fazer e de mãos atadas após tantos problemas, resta aos apreciadores aguardar pelo próximo passo de Axl Rose, além de torcer por uma pouco provável volta por cima do cantor. Um ano depois do tão esperado retorno da banda aos holofotes, ainda não tivemos provas de que o Guns N’ Roses estará novamente no panteão das grandes bandas do mundo.


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Um ano de Chinese Democracy: Saiba no que deu o mais aguardado lançamento da década