O Ministério da Educação fixou o dia 5 de fevereiro como data-limite para entrega do resultado do Enem, o que pode atrasar o início do ano letivo em algumas universidades públicas. O governo alega, entretanto, que trabalha para antecipar esta data, reafirmando a intenção de substituir os vestibulares tradicionais por uma prova única.

Para o ministro da Educação, Fernando Haddad, a nova data de divulgação dos resultados do Enem não vai prejudicar o início das aulas. Ele ressaltou que, até o momento, apenas três instituições desistiram de utilizar a nota, em razão da falta de tempo hábil. A professora Lúcia Sampaio, assessora da reitoria da Unifesp para Assuntos de Vestibular, disse que, em sua opinião, é inevitável o adiamento de uma ou duas semanas do início do ano letivo. A razão, segundo ela, é o curto espaço de tempo entre a divulgação das notas e as inscrições dos alunos.

Já a especialista em avaliação da Unicamp Maria Márcia Malavazi destacou que as universidades terão de se reorganizar para minimizar os danos. Ela pontuou que será curto, mas suficiente o espaço entre a divulgação do resultado do Enem e o início das aulas. Após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Haddad garantiu que o MEC vai devolver a taxa de inscrição, de R$ 35, para quem desistir da prova.

O estudante deve enviar uma carta para o Inep, no seguinte endereço: SRTVS, Quadra 701, Bloco “M”, Edifício Sede do Inep CEP: 70340-909 Brasília – Distrito Federal. Nos próximos dias, o Tribunal de Contas da União realizará uma auditoria no MEC para saber a razão da contratação do consórcio Connasel, responsável pela prova. O TCU destaca que, no mercado, existem diversas empresas com mais experiência, sendo que estas desistiram da concorrência em razão do curto tempo para a realização do exame.

Uma das perguntas que terá de ser respondida é se a pressa em fazer o Enem, que passou neste ano a ter mais questões, não atrapalhou o processo de licitação. Para o ministro da Controladoria Geral da União, Jorge Hage, o governo deve definir uma estratégia para recuperar o valor pago ao Connasel. A Consultec, uma das empresas do consórcio responsável pela prova que vazou, divulgou nota ontem afirmando que atendeu às exigências contratuais e que agiu com rigor técnico e ético em todas as etapas sob sua responsabilidade.


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Universidades podem adiar início do ano letivo