The Walt Disney Family Museum, o primeiro museu do mundo dedicado à vida e à obra do criador de Mickey Mouse, abriu suas portas nesta quinta-feira na cidade americana de San Francisco, onde a maioria de seus descendentes vive desde a morte do desenhista e empresário em 1966.

Ao contrário dos parques temáticos nos Estados Unidos, França, Japão e Hong Kong, o museu não dá tanta atenção aos personagens e filmes dos estúdios Disney, mas a seu criador que, segundo sua família, é um desconhecido para o grande público.

“Nos demos conta de que muita gente não sabia que existiu um Walt Disney porque seu nome se transformou em uma marca. Aqueles que o conheciam tinham uma imagem equivocada dele”, disse à Agência Efe Diane Disney Miller, filha de Walt Disney e principal responsável pela criação do museu.

Disney Miller está convencida de que, após visitar a exposição, a ideia do público sobre seu pai mudará.

“Verão a parte pessoal e se darão conta de que ele era, acima de tudo, um homem de família”, afirmou.

Investimento alto

Após anos de trabalho e um investimento de US$ 110 milhões, a família Disney conseguiu abrir este museu para o qual tiveram que comprar material de colecionadores porque não tinham quase nada em casa, admite a filha do homenageado.

O museu lembra a quebra do primeiro estúdio de animação fundado por Disney em Kansas City e seus problemas com os sindicatos quando já era um magnata do mundo do entretenimento – “o pior momento da minha vida”, em suas palavras.

Também é possível ver no local uma coleção de seus prêmios, incluindo as sete pequenas estatuetas do Oscar recebidas por Branca de Neve e os Sete Anões e um velho texto manuscrito do criador de Mickey Mouse no qual há erros de ortografia.

Mulheres nuas

Em meio a inúmeras fotos de família, muitas delas feitas pelo próprio Walt Disney, chamam a atenção documentos como os desenhos de mulheres nuas que os estúdios Disney fizeram durante a Segunda Guerra Mundial, quando seus funcionários puseram seu talento à disposição dos Estados Unidos e de suas tropas.

“Ele foi simplesmente um menino da fazenda que se mudou para a cidade e tornou-a grande, muito grande”, afirma Richard Benefield, diretor do museu, o qual insiste em que a ideia é apresentar Disney como um artista inovador e não como um homem de negócios.

Embora seus responsáveis afirmem que o museu é dirigido para toda a família, o lugar pode ser um pouco chato para as crianças pequenas e provavalmente atrairá mais adultos a partir dos 45 anos que cresceram com os primeiros filmes da Disney.

A média de idade dos primeiros visitantes que estiveram na inauguração do museu era bem mais alta. Era possível ver muitos idosos vestidos com camisas ou bonés com a imagem de Mickey.

Os organizadores esperam uma média de 450 mil visitantes anuais durante os primeiros dois anos.

Para captar a atenção dos visitantes mais jovens, especialmente em uma cidade tão ligada à tecnologia como San Francisco, o museu mistura relíquias da primeira metade do século XX com alguns dos últimos avanços na área.

Vídeos de alta definição acompanham as fotografias e telas sensíveis ao toque permitem que os visitantes folheiem documentos históricos que normalmente só poderiam ser vistos por trás de um vidro.

O percurso pela exposição termina com uma recompilação das mensagens de condolência recebidas após a morte de Walt Disney.

Embora a lenda urbana diga que Disney está congelado à espera de uma cura contra o câncer, o desenhista e empresário faleceu em 15 de dezembro de 1966. Na ocasião, centenas de jornais publicaram desenhos de Pato Donald, Mickey e Pinóquio chorando a morte de seu criador.


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Walt Disney ganha museu nos Estados Unidos