Apesar de toda graça e cinismo com que costuma tratar dos relacionamentos amorosos em suas crônicas, o jornalista e escritor Xico Sá também sabe ser romântico. Autor de dez livros publicados e co-autor de outros oito, seu título mais recente, Cha-ba-da-ba-dá – Aventuras e desventuras do macho perdido e da fêmea que se acha (Ed. Record), é uma compilação de contos e crônicas em que aborda justamente o universo e os sentidos do amor.  

Em entrevista ao Vírgula, ele admite que se entrega e costuma cumprir o ritual no Dia dos Namorados, mais ainda se estiver com alguém. “Dou presente, passo o dia junto. Acho que é uma data clássica e que não custa cair na simbologia”, conta. E diz mais: “Se estou sozinho, rola aquela tensão, aquele medo de sair para almoçar ou jantar e exibir a solidão”. 

Como um exímio conhecedor da alma feminina e dos modos de se tratar bem uma mulher, ele faz um alerta. “A coisa da data é importante, mas não adianta o cara dar mancada o ano inteiro e no Dia dos Namorados vir com flores, presentes. A data tem que ser esticada para mais dias!”

Xico não esquece seu primeiro Dia dos Namorados acompanhado. A comemoração foi em um acampamento, com direito a piquenique, na praia de Tamandaré, em Recife (PE). Descontado o desconforto juvenil, ele diz que repetiria o programa. “Só que, desta vez, numa pousada; e o sexo seria na cama, não na pedra, na moita, na areia…”, diverte-se.

Para os que, envolvidos pelo clima do Dia dos Namorados, procuram inspiração em grandes histórias sobre o tema, o literato recomenda o livro de ensaios Sobre o amor, do filósofo Leandro Konder – que ele acaba de ler – e os clássicos Anna Karenina e Madame Bovary.

Quando o assunto é trocar presentes, sua dica é básica: Fugir das opções óbvias. “O presente burocratizado não vale nada. Tem que observar, ter essa sabedoria de dar algo que cause surpresa, algo que a pessoa tenha mencionado dois meses atrás. E, por favor, não dar a camisa da seleção brasileira!”

Se você ainda não escolheu o que comprar para o amado, Xico dá uma ajuda. “Pode dar meu livro, para o cara aprender a ser menos grosso”, aconselha.


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Xico Sá conta o que pensa sobre o Dia dos Namorados