Há exatamente 174 anos, no dia 25 de fevereiro de 1836, Samuel Colt conseguiu a patente do primeiro revólver com tambor, no estado americano de Connecticut. Inventado apenas cinco anos antes, a arma logo se tornou popular com a Revolução do Texas no mesmo ano, na luta pela independência contra o México.

Colt não inventou o revólver, mas o popularizou, para o bem ou para o mal. O problema é que o mal causado nos faz questionar se ainda é aceitável permitir a circulação de armas de fogo na sociedade, ainda mais no Brasil, onde elas são responsáveis pela morte de mais de 30 mil pessoas por ano, de acordo com estatísticas da Unesco – mais do que muitos países em guerra.

Mas história é história e muita coisa mudou desde então. Hoje em dia, por exemplo, é praticamente inaceitável uma propaganda para tentar vender armas de fogo. Se não for proibida por lei, como as propagandas de cigarro são em alguns países, é algo que, moralmente, muitas sociedades condenam, especialmente em países como o Brasil, onde o repúdio à violência e às milhares de mortes causadas pelas armas seria suficiente para banir qualquer propaganda.

Só que a situação era diferente há algumas décadas. Nos Estados Unidos, onde ainda hoje a cultura da arma é algo muito presente entre a população, a propaganda era quase que totalmetne liberada entre os anos 30 e 50. Valia qualquer coisa para vernder uma arma. Apelar para a segurança da família, para o status que uma arma própria traria e até mesmo para a diversão que uma espingarda calibre 22 proporcionaria para uma criança.

Para lembrar a data e refletir sobre o problema, Virgula News separou algumas propagandas que mostram o quanto aceitável era comprar uma arma no século passado. Que o digam os textos que acompanhavam as propagandas.


Beretta Minx: “Meu nome é Beretta. Me leve contigo. Sou calibre 22, bem petit. Meu tamanho é meu principal charme. Encaixo perfeitamente em seu bolso ou bolsa. Adoraria passar mais tempo contigo. Me leve junto para sua companhia e proteção. Uma coisa fofa sobre mim é que você não precisa ser um grande homem musculoso para conseguir disparar”.


Colt: “Qual foi a última vez que você se deu um presente de natal?”


Ammunition: “Faça sua própria munição. Quatro cartuchos pelo preço de um”.


Daisy Air Rifles: Anúncio de espingarda de pressão voltado para crianças. “Compre essa carabina de cowboy”.


He-Man: “Até que enfim, a novíssima He-Man Calibre 22. Fabricado pela famosa Ithaca Gun, fabricantes de armas de fogo desde 1880”.


Iver Johnson:  “Revólveres não são brinquedos. Eles atiram e matam. Você pode precisar apenas uma vez em sua vida: compre agora e você o terá nesse momento. Totalemente seguro. Disparo acidental impossível”.


Marlin: “Eu atiro para acertar. Eu atiro com a Marlin 366”.


Rugger.44: “Carabina Magun Rugger .44. Boa para matar cervos do campo”.


Smith & Wesson: “Quando é apenas você ou ele, a nova .41 Smith & Wesson pode salvar sua vida!”


Thompson: “Thompson Sub-metralhadora. A arma portátil mais eficiente que existe”.


Winchester: “O que toda garoto de verdade quer para o Natal”.


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Patente de revólver completa 174 anos hoje