Quantas vezes você não vê um visitante recente no orkut que acha interessante e começa um papo? Ou quantas histórias não ouve por aí de pessoas que conheceram o namorado pela internet? Pois é, mas às vezes as pessoas esquecem que a internet não é tão segura assim e que a pessoa do outro lado da tela pode estar mentindo.

Daniela Amado, 17, por exemplo, conta que “conheci um cara no MSN, queria alguém para conversar e acabei o adicionando. Uma semana depois de ficarmos horas trocando mensagens online, ele pegou meu telefone. Quando ligou me surpreendi, pois ele foi super carinhoso e atencioso. Um dia marcamos de nos encontrar no shopping, eu fui com uma amiga minha, por segurança, que logo dispensei. Nesse mesmo dia ele me pediu em namoro! Começamos a namorar, mas depois de pouco tempo ele disse que iria morar em outro estado, então só nos víamos uma vez por mês. Mesmo assim ele me ligava todo dia e passava o dia inteiro comigo na internet. Eis que, depois de 6 meses, eu recebo uma ligação, no meu celular, de uma mulher desesperada. Ela gritava muito e me xingava e foi e assim que eu descobri que ele era casado e que eu era sua amante”.

Segundo Erick Itakura, psicólogo membro do Núcleo de Pesquisa de Psicologia e Informática (NPPI) “As pessoas costumam depositar muita fantasia na internet, então quando um internauta começa a conhecer alguém que passa poucos dados mas se mostra um pouco amigável, a tendência é adicionar a fantasia e essa pessoa se tornar seu melhor amigo. Como você não tem contato direto na comunicação não verbal, alguns cuidados com a verdade tem que ser redobrados, visto que não há contato visual com a pessoa e fica mais fácil mentir”.

Mas, além dos cafajestes, existem também outros perigos que rondam a rede. Não confie no que as mensagens e perfis mostram, mas também lembre que é sempre bom reparar no que o seu perfil mostra para os outros. Evite colocar muitas informações pessoais como bairro onde mora, lugares que freqüenta e fotos com os nomes de seus parentes, o que pode facilitar a ação dos criminosos especializados nos famosos falsos seqüestros, por exemplo. Não se esqueça que qualquer pessoa pode ter acesso ao seu perfil, então tome cuidado com o que publica lá.

Fora isso ainda existem as “violências virtuais”, como invasões de e-mails e roubo de dados. Nunca fale sua senha para ninguém, evite criar senhas muito óbvias como data de nascimento ou número de telefone, cuidado ao fazer compras pela web, sempre verificando se o site é de uma empresa conhecida e, se acessar a internet de lugares públicos, lembre-se de desmarcar aquela caixinha que diz “guarde meus dados”.

Às vezes a gente pensa que, por estar em casa, está seguro na internet, mas esquece de quantas pessoas estão conectadas também. Como diz Erick, “a internet é um grande depósito de fantasias. Lembre-se que nem sempre as coisas são do jeito que aparentam ser”.


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Até que ponto a internet é segura?