Desde a última segunda-feira (13) está sendo realizado, em Santo André, São Paulo, o julgamento de Lindemberg Alves. Em outubro de 2008, o rapaz invadiu o apartamento da ex-namorada, Eloá Pimentel, e a manteve como prisioneira durante mais de cem horas. O desfecho do caso se deu com a morte da menina de 15 anos, num tiro, supostamente disparado por Lindemberg. 

Pela primeira vez desde o ocorrido, Lindemberg deu a sua versão dos fatos. Durante o julgamento, que já está em seu terceiro dia, o jovem – hoje com 25 anos – pediu perdão à mãe da vítima e disse que em muitos momentos levou o cárcere como uma brincadeira

“Quero pedir perdão para a mãe dela em público, pois eu entendo a sua dor. Estou aqui para falar a verdade, afinal tenho uma dívida muito grande com a família de Eloá. Infelizmente, foi uma vida que se foi, mas em alguns momentos levamos aquela situação como se fosse uma brincadeira”, disse o réu ao júri. 

 

Em seu depoimento, Lindemberg assumiu ter atirado em Eloá, que morreu no dia seguinte após a invasão da polícia ao apartamento, vítima de um tiro na virilha e outro na cabeça. Segundo a versão do acusado, ele apenas disparou após a entrada dos policiais. “Quando a polícia entrou, a Eloá fez menção de levantar e eu, sem pensar, atirei. Foi tudo muito rápido. Pensei que ela fosse pegar minha arma”, afirmou.

O acusado afirma não se lembrar de ter atirado contra Nayara Rodrigues, amiga de Eloá, que também foi mantida dentro da residência e baleada. Quando invadiu o apartamento, situado em um conjunto habitacional onde também morava, Lindemberg fez além das duas meninas, mais dois reféns (os quatro com faixa etária próxima a 15 anos, na época). Os adolescentes faziam um trabalho de escola junto à ex-namorada do agressor. 

Lindemberg  é acusado de homicídio duplamente qualificado por motivo torpe, tentativa de homicídio, cárcere privado, disparos de arma de fogo, entre outros. Casos seja condenado, as penas podem somar mais de cem anos de prisão. A previsão é que o julgamento termine ainda nesta quarta-feira (15). 


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Caso Eloá: Lindemberg fala sobre o crime pela primeira vez em 3 anos