Cientistas alemães, em coordenação com colegas chineses, conseguiram decifrar o genoma da bactéria “Escherichia coli” causador da agressiva infecção que provocou até agora 17 mortos na Alemanha, à qual identificaram como uma nova variação resultante de um cruzamento.

As conclusões foram divulgadas nesta quinta-feira pela Clínica Universitária de Eppendorf de Hamburgo, a cidade onde explodiu o alarme sanitário e posterior retirada do mercado de pepinos espanhóis, medida finalmente revogada após ser descartado que estes vegetais fossem o foco da infecção.

O variante letal de “E. coli” é uma combinação entre um “parente muito distante” do variante mais comum da bactéria com outras cepas conhecidas, por isso que se trataria de um cruzamento, não de uma mutação da chamada O104:H4.

No genoma foram identificados agentes classificados pelo bacteriologista Holger Rohde, da Clínica Universitária de Eppendorf, como “clássicos” entre estes dois conhecidos serotipos da bactéria.

A combinação de os elementos dá como resultado um variante muito agressiva, que permanece mais tempo do que o habitual no intestino e provoca, portanto, danos de efeitos mais persistentes, inclusive até mesmo a morte.

Segundo a mesma equipe de cientistas, a identificação do genoma não significa que possa ser possível conseguir imediatamente uma solução para a crise sanitária provocada pela bactéria, já que a interpretação dos dados conquistados pode levar semanas.

A infecção provocou a morte de 17 pessoas na Alemanha e de uma na Suécia. O Instituto Federal de Análise de Riscos em Berlim informou nesta quinta-feira que nenhum dos pepinos analisados (que no princípio foram apontados como a origem da doença) deu positivo para a variante fatal do “E. coli”.

“Nenhum dos quatro testes deu positivo para a variante O104:H4 do agente patogênico que foi isolado pelas análises dos sedimentos dos pacientes”, disse a porta-voz.

A fonte das infecções continua uma incógnita e os especialistas tentam esclarecer em que ponto da cadeia alimentar ocorreu a contaminação.

Cerca de 2 mil pessoas foram internadas na Alemanha com sintomas da infecção, entre as quais foram confirmados 470 casos de pacientes com a síndrome hemolítica-umérica (SUH), que pode gerar graves deficiências renais levando até a morte.

Os restantes, 490 casos, foram registrados na Suécia, Reino Unido, Holanda, Dinamarca e Espanha, todos em pessoas que passaram pela Alemanha.

Enquanto continuam as investigações para saber a origem do foco da infecção, os analistas aconselham à população não consumir pepinos, tomates alfaces, independentemente de sua origem, o que está causando prejuízos milionários ao setor.


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Cientistas decifram letal bactéria "Escherichia coli"