Marcos Maynard


Créditos: Thiago Oliveira

Quem?!?! Produtor musical

LEE JACKSON
Emílio: Todo mundo já quis fazer uma banda de Rock para pegar as menininhas, não é mesmo, Maynard?
Marcos Maynard: É verdade.
Emílio: Porque a históra do Rock n’ Rool sempre é essa.
Marcos Maynard: Sempre foi isso!
Emílio: Você quer pegar a menininha para fazer sucesso. Ganhar uma grana e pegar as mulheres. Normalmente o cara começa assim.Por isso toda banda no início é legal, depois, quando vira negócio, termina em briga e tal. É sempre assim.
Marcos Maynard: Por isso que a gente (Lee Jackson) acabou justamente em um programa de televisão.
Emílio: é isso aí! Mas agora me fala uma coisa, Maynard. De onde surgiu essa ideia de fazer o livro (sobre a banda Lee Jackson)? O Tom Gomes que procurou você, ou foram vocês que foram atrás?
Marcos Maynard: Olha, o Tom Gomes é um grande amigo, um jornalista, né. Então um dia ele me procurou e disse: “olha, eu gostaria de retratar a história da banda de vocês porque é uma coisa um pouco incomum.” Porque geralmente as bandas de Rock se formam e elas acabam da maneira como você citou agora – um vai ser advogado, outro vai ser médico, empresário etc.-, mas no nosso caso os cinco ex-integrantes da banda continuaram a trabalhar na música. Então o interessante foi que os cinco membros do Lee Jackson continuaram no mundo da música até hoje.
Emílio: além de você, quem é que formava o Lee Jackson?
Marcos Maynard: Era eu, o Maluly, que hoje é o produtor da Paula Fernandes, o Sérgio Lopes, hoje é vice-presidente da EMI nos Estados Unidos, o Marco Bissi, que era o baterista e hoje é presidente da empressa Bizz Entertainment no México e nos Estados Unidos, e o Cláudio Condé, que é o presidente da Tele Clan na Espanha.
Bola: Só a turma fraca, hein! Só faltou o Obama!

FUNÇÃO DA INDÚSTRIA FONOGRÁFICA
Emílio: Mas Maynard, hoje em dia não existe mais divulgação da música, não existe um canal específico para isso. Com o YouTube, ficou uma coisa meio esquisito, não é? Você que já foi um cara de gravadora, marketing e tal na época em quera algo monstruoso e determinava o que tocava. Hoje em dia, não sei se ficou pulverizado, se é melhor ou pior, mas é o que é.
Marcos Maynard: Olha, a gente tem que analisar cada fase de uma forma distinta. Eu acho que quando as gravadoras tinham o poder de fogo, algumas lançavam coisas interessantes e, no fundo, elas eram um pouco o “filtro” do mercado. Hoje não existe mais este filtro. É importante entender que hoje em dia os produtores e os diretores artísticos são muito importantes para o artista. Às vezes, o artista acha que, porque tem YouTube e essas coisas, é fácil gravar um disco. Mas não é fácil. Você tem que escolher o repertório, precisa escolher o produtor certo para fazer os arranjos, precisa de um estúdio bom, uma mixagem, masterização… Por isso, os caras das gravadoras, que trabalham em gravadoras são importantes para o meio. A direção artística é fundamental para a música. Você vê que o Clive Davis foi mando embora lá da BMG há muitos anos porque tinha 67 anos de idade e estava muito velho, e o cara foi lá e foi o disco do Santana, o Supernatural, que foi um disco espetacular, histórico. E esse cara foi chamado de volta para a BMG porque ele é um gênio.

RESTART
Emílio: O cara que inventou o Restart se chama Marcos Maynard.
Silveirinha: Ele que deu as calças coloridas.
Marcos Maynard: Não, não. Aliás, este é um tabu interessante da história da música. As pessoas acham que as gravadoras ou os diretores e presidentes inventam o artista. Mas isso é balela. Você não inventa ninguém. Ou ele existe, ou ele não existe. Tem dois tipos de artista no mundo: um é o artista de marketing, que é, por exemplo, o Menudos, que é feito para fazer sucesso, e tem aquele artista que nasceu e vai ser artista a vida inteira, o Djavan, por exemplo, se não tivesse gravadora no mercado, rádio e televisão, ele estaria lá em Alagoas tocando em um barzinho até hoje, porque ele nasceu artista, não tem jeito. E esses artistas são diferentes daquele artista de marketing, que a gravadora faz para poder ganhar dinheiro.
Amanda: E o Restart? Como é que você descobriu?
Marcos Maynard: Uma amiga minha, que já tinha trabalhado comigo, chegou e falou: “olha, estou trazendo para você um cdzinho para você ver uma banda que está muito legal.” E, como ela, outras pessoas me trouxeram outros produtos e eu fui, escutei e falei: “Espera aí, gostei dessa banda, deixa eu ir lá ver.” Fui ver e percebi que o público cantava junto com a banda, as meninas erguiam os fones para poder gravar as músicas e também vi meninas com roupas coloridas, daí eu percebi que era aquilo. E quando eu fui para o estúdio com esses moleques, porque eu achava que tinha algum pai ali que fazia os arranjos e tal, já que estava muito bem feito, eu vi que eles gravavam de primeira, deu para ter uma ideia de que ninguém ali é bobo, mas, sim, profissionais.


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Marcos Maynard