Uma jovem “aparentemente desequilibrada” fez uma inscrição no famoso quadro “A liberdade guiando o povo”, de Eugène Delacroix, que se encontrava exposto no museu do Louvre de Lens no norte da França, informaram os responsáveis pela sala nesta sexta-feira (08).
A inscrição levou duas horas para ser eliminada e não deixou resíduos, afirmou o Louvre em comunicado, que também disse que o quadro será exposto ao público a partir de sábado, mas serão reforçadas as medidas de segurança.
O episódio aconteceu durante a tarde de quinta, quando a jovem fez uma inscrição com um marcador preto na parte baixa do quadro que representa uma mulher, alegoricamente a liberdade, conduzindo o povo à revolução.
A jovem, de 28 anos e sem antecedentes criminais, foi rendida por um empregado do museu com ajuda de um visitante e foi transferida para a delegacia de Lens, onde está sendo interrogada.
Por enquanto não são conhecidos os motivos do ato de vandalismo, mas alguns veículos de imprensa disseram que a jovem escreveu “AE 911”, que pode ter relação com um grupo americano que pede a reabertura das investigações sobre os atentados de 11/09.
O museu do Louvre, que apresentou queixa pelo ato de vandalismo, enviou uma restauradora a Lens para determinar os danos causados e tentar repará-los.
Os trabalhos duraram apenas duas horas, já que a tinta do marcador ficou na parte do verniz exterior e não atingiu à pintura, afirmou o museu.
A inscrição foi totalmente eliminada e “a integridade do quadro não foi afetada”, informou.
A célebre obra, pintada por Delacroix em 1830 e que faz referência às revoltas populares contra Carlos X em Paris em julho daquele ano, estava exposta no Louvre de Lens desde o último dia 21 de novembro, pouco antes do presidente francês, François Hollande, inaugurar esta sucursal do renomado museu parisiense em dezembro.
“A liberdade guiando o povo”, um quadro de grandes dimensões (2,60 x 3,25 metros) ficaria em exposição durante um ano em uma grande sala denominada a “galeria do tempo”, devidamente condicionada para sua conservação.
O quadro só deixou sua sala de exposição no Louvre de Paris em três ocasiões. Em 1999 foi emprestada para uma exposição em Tóquio e em 2004 para outra em Estrasburgo.
Trata-se de uma obra muito conhecida pelo público já que, durante anos, ilustrou as notas de 100 francos franceses.
