Reportagens que valem muito ser lidas


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Nesta segunda-feira (8), comemora-se o Dia Internacional do Jornalista, aquele profissional que passa por saia-justa, toma chá de cadeira e gasta a sola do sapato por boas pautas. Para marcar a data, instituída em homenagem ao jornalista tcheco Julius Fucik, que morreu combatendo as ideias nazistas durante a Segunda Guerra, o Virgula Inacreditável listou sete reportagens que sobreviveram à fugacidade das notícias diárias e fizeram história. Dá uma olhada.

1- Todos os Homens do Presidente (Bob Woodward e Carl Bernstein, 1974)

Trabalhando para o jornal Washington Post, Woodward e Bernstein foram responsáveis por expor, em uma série de reportagens, um dos maiores escândalos da história dos Estados Unidos, o Caso Watergate. Eles relacionaram o então presidente Richard Nixon (foto) a uma ação ilegal em que agentes tentaram fotografar documentos e instalar escutas na sede do comitê nacional do partido Democrata, sigla de oposição. Os bastidores da reportagem, que derrubou Nixon, foram revelados no livro Todos os Homens do Presidente, uma lição de jornalismo investigativo.

2- Frank Sinatra Está Resfriado (Gay Talese, 1965)

Trampando como jornalista, as coisas nem sempre saem da forma que você imagina. Entrevistados não aparecem no horário ou simplesmente se negam a falar com você. Este perfil de Frank Sinatra, produzido para a revista Esquire, é considerado um dos melhores perfis de celebridades já escritos. Detalhe: Talese não conseguiu entrevistar o artista, que se negava a conversar. Em vez de desistir da missão, o autor escreveu uma deliciosa reportagem a partir de sua própria observação dos lugares frequentados pelo cantor e de conversas com pessoas próximas ao perfilado.

3- Hiroshima (John Hersey, 1946)

Um ano após o fim da Segunda Guerra, o jornalista estadunidense John Hersey deu uma face humana para os “inimigos” de seu país, os japoneses que tiveram suas vidas destruídas pelas bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki. Em seu artigo, publicado na revista The New Yorker, ele narrou a história de perda e sobrevivência de seis personagens com quem conversou (na foto, o reverendo Kiyoshi Tanimoto).

4- Medo e Delírio em Las Vegas (Hunter S. Thompson, 1971)

Um dos maiores exemplos do jornalismo gonzo, estilo que se distancia propositalmente da objetividade jornalística para valorizar a visão subjetiva do autor, Medo e Delírio foi publicada originalmente como uma reportagem em duas partes para a revista Rolling Stone. Carregado de drogas e loucura (às vezes, é difícil distinguir o que é delírio e o que é real), a reportagem acompanha a viagem feita por Thompson (que no relato adota o nome de Raoul Duke) ao lado de seu advogado Dr. Gonzo (Oscar Zeta Acosta) para cobrir a corrida de motos Mint 400 em Las Vegas.

5- A Sangue Frio (Truman Capote, 1965)

A Sangue Frio é considerada a obra inaugural do New Journalism, que utiliza técnicas de literatura para narrar fatos reais. Capote realizou uma minuciosa investigação para relatar o brutal assassinato de uma família inteira na cidade de Holcomb, no Kansas. O jornalista se aproximou do assassino Perry Smith (na foto à esquerda ao lado do comparsa Richard Hickock) e foi capaz de expor o caráter humano do personagem. Foi publicado em quatro partes na revista The New Yorker.

6- Notícia de um Sequestro (Gabriel García Marquez, 1996)

O escritor colombiano, prêmio de um Nobel de Literatura, considerava o jornalismo “a melhor profissão do mundo”. Trampando como repórter, ele “contaminou” o jornalismo com sua pegada literária de forma brilhante. Um de seus mais conhecidos trabalhos como jornalista é o livro Notícias de um Sequestro, que acompanha os sequestros e emprisionamentos cometidos pelo Cartel de Medelín, comandado pelo traficante Pablo Escobar (foto).

7- 10 dias que abalaram o mundo (1919 – John Reed)

O livro de John Reed narra os acontecimentos que levaram à Revolução Socialista Russa de 1917. Ele acompanhou a derrubada do regime czarista em primeira mão e, durante sua estada na Rússia, passou a se identificar com os ideais dos revolucionários. Em 1928, o cineasta socialista Sergei Eisenstein adaptou o livro para o cinema (foto).


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No Dia do Jornalista, listamos 7 reportagens que valem muito ser lidas