A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, não conseguiria comprar para seu neto Néstor Iván os sapatinhos que ganhou do papa Francisco depois da missa de encerramento da Jornada Mundial da Juventude, no Rio, por causa das restrições às importações impostas por seu governo.


Os sapatinhos “celestiais”, como a imprensa argentina se refere às botinhas brancas que o papa presentou o neto da presidente, são da marca brasileira “Pimpolho”, afetada pelos impedimentos às importações na Argentina.

“Exportar para a Argentina ficou mais difícil pela nova lei de lá. Quem compra nossos produtos precisa exportar para outro país um montante parecido. Fica complicado”, disse nesta segunda-feira (29) Ricardo Brito, diretor comercial da marca, à rádio “FM Latina“. O diretor disse que “há alguns anos” esse modelo de sapatos para bebê podia ser exportado para a Argentina sem problemas.

A marca está no mercado há 50 anos, tem mais de 300 modelos e os mais caros custam cerca de US$ 25.

“Estamos muito felizes pela atitude do papa”, acrescentou o diretor sobre a decisão de Francisco, mas “não vamos nos aproveitar dele para fazer propaganda”, concluiu.

A presidente argentina viajou ao Brasil para assistir à missa do papa na praia de Copacabana. “Veja o presente que o papa Francisco deu para Néstor Iván”, disse aos jornalistas que cobriam a cerimônia.

Cristina e seu marido, Néstor Kirchner, tiveram uma tensa relação com o então cardeal Bergoglio, chegando a ter em 2010 um enfrentamento aberto por causa da aprovação da lei que reconhece o casamento homossexual e pela polêmica sobre o aborto.

Após a nomeação de Bergoglio como sumo pontífice em março deste ano, tanto o papa como a presidente adotaram um tom conciliador que permanece até hoje.


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Presente papal a neto de Cristina Kirchner não pode ser vendido na Argentina