Urânio em Movi(E)Mento


Créditos: divulgacao

Um festival de filmes acontecer em São Paulo não é nada fora do comum. Mas e se estivermos falando de um festival que conta exclusivamente com filmes sobre energia nuclear? Isso é no mínimo inusitado.

São Paulo recebe entre os dias 2 e 5 de junho, no centro cultural Matilha, o 1º Festival Internacional de Filmes sobre Energia Nuclear: Urânio em Movi(E)Mento. O festival tem o intuito de informar a sociedade e estimular produções audiovisuais independentes sobre energia nuclear, além de mostrar os riscos da radioatividade e especialmente sobre exploração, mineração e o processamento de Urânio. O que é melhor: a programação é totalmente gratuita. Alguns filmes serão exibidos pela primeira vez na América Latina! O festival também fará parte da Virada Sustentável, que acontece nos dias 3 e 4 de junho. 

O centro cultural Matilha fica na Rua Rêgo Freitas, 542, no bairro da República, em São Paulo. Veja os principais filmes que fazem parte do festival Urânio em Movi(E)Mento:

Quinta-feira, 2 de junho
20h30 às 21h – Césio 137 – O brilho da morte
Brasil, 2003, 24 min, Dir. Luiz Eduardo Jorge – 15 anos de medo, pânico e dúvida. Discriminação, segregação e morte de vítimas de um dos maiores acidentes radiológicos do mundo e com danos irreversíveis ao meio ambiente.

21h10 às 22h10 – Uranium Road (Estrada de Urânio)
África do Sul, 2007, 52 min, Dir. Theo Antonio – Um filme sobre o programa nuclear da África do Sul e as conexões entre os poderes da indústria e os politícos. Première América Latina, com a presença do representante do Filme, David Fig, sociólogo ambiental e ativista da África do Sul.

Sexta Feira, 3 de junho
20h30 às 21h – A Fala do Cacique
Brasil, 2008, 20 min, Dir. Norbert G. Suchanek & Marcia Gomes de Oliveira – Verá Mirim, 94 anos, Cacique da Aldeia Guarani Mbya situada à 20 Km das usinas nucleares Angra 1, 2 e 3. Falando sobre o desequilíbrio ambiental da atualidade, ele faz revelações proféticas sobre o mundo nuclear.

21h10 às 21h40 – Pedra Podre
Brasil, 1990, 26 min, Dir. Eve Lise Silva, Ligia Girão, Stela Grisotti, Walter Behr – Filme sobre a usina nuclear Angra 1, a percepção da população em seu entorno e a responsabilidade das autoridades.

Sábado, 4 de junho
18h às 18h50 – Der zehnte Castor-Transport (Castor Não)
Alemanha, 2007, 43 min, Dir. Sylvain Darou – Em novembro de 2006 aconteceu o 10º Castor (transporte de rejeitos nucleares) de Gorleben, na Alemanha. Estes rejeitos devem ser isolados da biosfera até 20 milhões de anos. Uma pequena fuga bastaria para transformar uma região em território inabitado para sempre. Première América Latina.

19h às 19h30 – Uranio 238: La Bomba Sucia del Pentágono
Costa Rica, 2009, 28 min, Dir. Pablo Ortega – As armas convencionais utlizadas pelos EUA em guerras internacionais são feitas com urânio empobrecido e causam a morte até mesmo de soldados e civis norte-americanos. Além de transformar os campos de guerra em depósitos a céu abertos de lixo radioativo. Première Brasileira com a presença de representantes do Filme e do movimento contra Urânio empobrecido da Costa Rica.

20h às 21h – The Return of Navajo Boy (O Retorno do Menino Navarro)
EUA, 2000-2008, 57 min, Dir. Jeff – Todo mundo conhece John Wayne e ele conhece pessoalmente o menino Navarro que é o personagem central deste documentário. O Território do Povo Navarro (Diné), no Arizona, foi o cenário dos filmes de Cowboy e também uma das primeiras minerações de urânio para as bombas nucleares dos EUA, nas décadas de 1940 e 1950. Première América Latina. 

21h30 às 22h – Uranium Thirst (Deserto de Urânio)
Brasil, 2010, 27 min, Dir. Norbert G. Suchanek & Marcia Gomes de Oliveira – O filme mostra a maior mineração de urânio a céu aberto do mundo, na Namíbia, no território do povo indígena Nama. Além deles já terem perdido grande parte de suas terras, estão perdendo agora sua fonte de água para a mineradora. Première América Latina.

22h30 às 23h15 – Brasiliens strahlende Zukunft – Mineração de Urânio em Caetité
Alemanha, 2011, 43 min, Dir. Ralph Weihermann – Caetité, na Bahia, é a cidade sede da atual mineração de urânio do Brasil. O filme mostra os pesadelos de uma mina de urânio no Brasil. Première Mundial.

Domingo, 5 de junho
17h às 19h – Ashes to Honey: for searching a sustainable future (Das cinzas ao mel: em busca de um futuro sustentável)
Japão, 2010, 116 min. Dir. Hitomi Kamanaka – Documentário sobre a luta da comunidade japonesa da ilha Iwaishima contra a construção de uma usina nuclear. Première Mundial.

19h10 às 19h40 – O Pesadelo é Azul
Brasil, 24 min, Dir. Ângelo Lima – Em 1987, aconteceu em Goiânia um dos maiores acidentes radiológicos do mundo. As vítimas contam como foi e como estão vivendo hoje.

19h50 às 21h25 – Césio 137 – O pesadelo de Goiânia
Brasil, 1989, 95 min, Dir. Roberto Pires – O primeiro filme sobre o maior acidente nuclear na história do Brasil, em Goiânia, setembro de 1987. Um Instituto de Radioterapia abandonado causou o acidente.

22h às 23h15 – Into Eternity (Ao Infinito)
Dinamarca, 2010, 75 min. Dir. Michael Madsen – A cada dia estão sendo produzidas toneladas de lixo altamente radioativo que precisam de um depósito seguro por pelo menos 100.000 anos. O filme questiona se este depósito é realmente possível. Quem vai proteger este lixo por cem mil anos?

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Primeiro Festival Internacional de Filmes sobre Energia Nuclear acontece em São Paulo