Uma máquina robotizada começou na quinta-feira (10) a escrever o texto sagrado da Torá no Museu Judeu de Berlim, assumindo assim o tradicional trabalho que escrivãos realizam durante séculos.

Fantasiado com tinta e pluma, o braço do robô escreverá a velocidade humana dez horas por dia e reproduzirá “à perfeição” o estilo original dos copistas, segundo declarou durante sua apresentação Cilly Kugelmann, diretora do museu da capital alemã.

O robô faz parte da exposição Die Erschaffung der Welt (A criação do mundo), que o Museu Judeu acolhe estas semanas e que mostra a maior coleção privada de manuscritos judaicos do mundo.

A tecnicidade de seu trabalho mecânico – “não precisa comer, beber, nem ir ao banheiro”, brincou Kugelmann -, permitirá além disso ao robô terminar de escrever os 304.805 caracteres da Torá “em apenas três meses”, frente aos nove que um copista especialista necessitaria.

Segundo explicou à Efe Jan Zappe, um dos criadores desta instalação artística, é também fácil de manter, pois a tinta é abastecida uma vez por semana e o rolo de pergaminho – para esta Torá são necessários 80 metros -, será bastante até o final da mostra.

O rabino Reuven Jaacobov, que mostra ao público da exposição como se escreve a Torá ao estilo tradicional, afirmou em declarações à Efe que se trata de um trabalho “muito lindo”, pois servirá para divulgar esta tarefa milenar.

Não é a primeira incumbência deste robô, que foi apresentado pela primera vez em 2007 em Karsruhe e que, após passar pela Cartuja de Sevilha em 2008, concluiu em 2012 a árdua tarefa de transcrever a Bíblia com uma caneta.

Sob a supervisão da equipe técnica e artística formada por Matthias Gommel, Martina Haitz e Jan Zappe, o robô instalado então na frente da catedral de Tréveris, investiu nove meses em reproduzir em papel ao redor de cinco milhões de letras e sinais em mais de 2.000 páginas.


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Robô escrivão começa a reproduzir Torá no Museu Judeu de Berlim