(Foto: Marta Ayora) Warpaint

O passado, presente e futuro da música independente se encontraram no Balaclava Fest neste domingo, 4, na Audio, em São Paulo. O evento, que teve a casa praticamente lotada, mostrou que resiste com louvor às dificuldades do mercado independente e já se fixou no calendário de importantes festivais nacionais. Seus organizadores, Fernando Dotta e Rafael Farah, são exemplos do “faça você mesmo”.

Os shows

No palco Stage, o Mercury Rev abrilhantou o público ao tocar o clássico álbum Deserter’s Song na íntegra. A revisitação do disco, que está completando 20 anos de seu lançamento mostrou que o passado continua relevante e não envelhece. Olhos se encheram de lágrimas.

Deerhunter, com quase 18 anos de estrada e inédito no Brasil, trouxe suas músicas cheias de guitarras e de volume altíssimo ao presente. Detalhe: antes de entrar no palco, os integrantes receberam a triste notícia de que o ex-baixista Josh Fauver tinha acabado de falecer. E, mesmo assim o show foi poderoso.

O francês Barbagallo, projeto solo de Julien Barbagallo, conhecido por ser baterista do Tame Impala, mostrou que também é um dos artistas mais interessantes e inventivos na música independente atual.

Agora, uma coisa é certa: o futuro é feminino. As garotas da Warpaint voltaram ao país pela 3ª vez e encantaram os fãs com seu indie pop delicado de pitadas oitentistas e psicodélicas. Todos cantaram, dançaram e curtiram. Também houve momento para protesto político: o público gritou “Ele não” e a banda engrossou o coro com “Fuck Trump”. As meninas vão longe.

O futuro também esteve muito bem representado no palco Club com artistas emergentes e promissores da música independente nacional: Metá Metá, Jaloo, Marrakesh e Moons. 

No telão de fundo, um aviso: a música resiste.

Blaclava Fest 2018


Créditos: Marta Ayora

int(1)

Balaclava Fest mostra que a música independente resiste com louvor