Lollapalooza Chicago


Créditos: Henriette Gallo

As datas da segunda edição brasileira do Lollapalooza mal foram anunciadas e já estão pipocando por aí possíveis atrações para o festival, que só vai acontecer nos dias 29, 30 e 31 de março de 2013, em São Paulo: Pearl Jam, Franz Ferdinand, Jack White e Black Keys encabeçam a lista dos rumores, que só devem ser confirmados ou desmentidos em setembro.

Enquanto a organização do evento testa nossos nervos e mantém guardada essa escalação a sete chaves, o Virgula Música resolveu fazer um balanço da edição gringa do festival, que aconteceu de 3 a 5 de agosto em Chicago. Vamos lá? Quem sabe serve de dica ou antecipação para algumas implementações na edição brasileira…


PALCOS


O Lolla Chicago contou com oito palcos: Bud Light, Playstation, Google Play, BMI, Kidzapalooza, Perry’s, Sony e Red Bull Soundstage. As atrações principais, como Black Sabbath, Red Hot Chili Peppers e Jack White se dividiam no Bud Light e Red Bull (os palcos maiores). Sony e Playstation intercalavam seus shows com os headliners nos palcos maiores e BMI e Google Play alternavam apresentações de artistas mais novos e/ou experimentais. O Perry’s evoluiu de uma tenda eletrônica modesta para um palco maior com telões, e algumas vezes o som frenético dos speakers chegou a encobrir a equalização dos palcos vizinhos. Um exemplo foi durante a apresentação do tUnE-yArDs, que teve a execução de uma música mais calma totalmente ofuscada pelo bate-estaca furioso do Skream & Benga.



A primeira edição do Lolla no Brasil contou com cinco palcos: Cidade Jardim, Butantã, Palco do Perry, Alternativo e uma versão mais modesta do Kidzapalooza (na versão gringa, o palco se estende para mais tendas e atrações interativas, saiba mais aqui). Diferente deste ano, que contou com dois dias, o Lolla Br 2013 terá três dias. Esse dia extra abre margem para mais atrações, mas serão necessários mais palcos também?

A parte ruim de um número maior de palcos seria o trânsito dentro do festival: no Lolla Chicago, alternar entre atrações de diferentes partes do Grant Park embaixo de um sol de 30 graus exigiu muito preparo físico do público. Por exemplo, quem quisesse conferir o show d’O Rappa no palco Bud Light e em seguida ver o Dr. Dog no Red Bull Soundstage, teria que atravessar o parque todo (cerca de um quilômetro).

ALIMENTAÇÃO

Toda comida de festival de música é só pra enganar o estômago, certo? Errado. No Lolla Chicago, o chef Graham Elliot foi convocado para ser o curador da Chow Town, a praça de alimentação do festival. Contando com barracas representando 36 fornecedores entre restaurantes, lanchonetes de fast-food e cafés (independentes ou de rede), era possível você escolher facilmente se queria um tira-gosto, um lanche rápido ou forrar a barriga de verdade. E tudo isso com preços variando de US$ 3 a US$ 12, então você não morreria de fome ali por nada. 



BEBIDAS


O festival espalhou nada mais nada menos que 17 bares pelo Grant Park, dificultando a formação de filas quilométricas. OK, a cerveja e a garrafa d’água eram caras: US$ 6 e US$ 3, respectivamente. Mas ainda assim havia um belo de um ‘chorinho’: você podia entrar com uma garrafa de plástico cheia desde que ela ainda estivesse lacrada, ou também poderia entrar com uma garrafa vazia para ser abastecida com água em um dos quatro postos espalhados pelo evento.

DIVERSIDADE


O Lolla Chicago não chamou apenas atrações de língua inglesa para seus palcos. Além dos brasileiros d’O Rappa, o festival trouxe os chilenos do Los Jaivas e os africanos Amadou & Mariam. Ah, você também pode considerar nessa lista o Sigur Rós – já que muita gente não faz ideia do que eles cantam no tal dialeto Vonlenska.

A diversidade em vertentes musicais também valeu a pena: apesar de escalar três bandas de rock recém-reunidas (Black Sabbath, At The Drive-In e Afghan Whigs) e um veterano do festival (esta foi a terceira participação do Red Hot Chili Peppers) para fazer a festa dos fãs saudosos, o Lolla Chicago também trouxe novidades como o fun., GIVERS, Die Antwoord e Frank Ocean.

SEGURANÇA

Certo, o anúncio da tempestade e a paralização do festival no meio das atrações pegou todo mundo de surpresa e deixou uma sensação de “e agora?”, mas a organização do Lollapalooza soube ter paciência e instruir tranquilamente ao público como sair do festival, indicando alguns estacionamentos ao redor para servir como abrigo durante a chuva. Quem aí ficou gripado no SWU do ano passado toca aqui.

CAIXAS

Nem todos os estandes de alimentação aceitavam cartão de crédito, mas o festival contava com oito localidades para caixas eletrônicos, o que ajudou a garantir a baixa ocorrência de filas nas barracas. No Brasil, o procedimento padrão é a compra de fichas em um caixa específico para depois trocá-las por comida e bebida em outro quiosque, exigindo tempo e paciência do pessoal. Será que seria muito difícil utilizar o mesmo modelo norte-americano?

HIGIENE

O Grant Park estava equipado com sete grandes unidades de banheiros químicos, e eram poucas as filas para utilização das cabines. Na saída, totens especiais de plástico garantiam aquela higienizada nas mãos com uma espuma especial.

As latas de lixo normal e reciclável eram visíveis em todo canto, então não havia desculpa para jogar garrafas e outros dejetos no chão. Mesmo assim, alguns catadores estavam por perto para fazer a parte dos porcalhões que deixavam algum rastro de sujeira para trás.

OUTRAS ATRAÇÕES

Quem tinha uns minutos livres entre uma atração e outra no Lolla, podia passar o tempo se distraindo com os estandes de patrocinadores como Fender, Sony e Ray-Ban: passeando por eles, era possível experimentar guitarras famosas, jogar umas partidas de Playstation ou fazer um pequeno tour sobre capas de discos lendárias.


int(1)

Balanço Lollapalooza Chicago: acertos e dicas para a edição brasileira