Chris Cornell se apresenta no segundo dia do SWU 2011


Créditos: Manuela Scarpa/Photo Rio News

“Desculpe pelo atraso. Sempre chove quando toco ao ar livre”. Assim, Chris Cornell anunciou sua apresentação no segundo dia do SWU Music & Arts Festival. Sem citar a confusão envolvendo a equipe de Peter Gabriel e a do Ultraje a Rigor um pouco antes, o vocalista do Soundgarden e ex-Audioslave, fez o que pôde para agradar no Palco Consciência. Deu certo.

O público foi reduzido – especialmente se comparado ao primeiro dia do festival – e o setlist também. Em outras datas da turnê Songbook pela América Latina, munido apenas de violões, Cornell tocou por quase duas horas, com mais de vinte músicas. Por aqui, atrasado após a chuva, o repertório do vocalista não durou nem uma hora.

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Mesmo com os obstáculos, Cornell foi ovacionado pela plateia ainda dispersa nos primeiros acordes de Doesn’t Remind Me, do Audioslave. Não tinha como ser diferente; a apresentação parecia um greatest hits de sua carreira e, não fosse a grande estrutura do SWU, poderia funcionar muito bem como uma noite ao redor da fogueira com uma das maiores vozes do rock.

Ofuscado pela lenda de Kurt Cobain e pelos gemidos de Eddie Vedder – e imitadores – Cornell nunca recebeu o destaque merecido na época de ouro do grunge, mas encontrou seu caminho próprio quando deu início à sua carreira solo, que em 1999 rendeu o mini-hit Can’t Change Me, do álbum Euphoria Morning, terceira música do show.

Cornell prometeu voltar com o Soundgarden ao país. “Estamos negociando uma vinda para cá no ano que vem. E será melhor, não será apenas um cara sozinho com um violão idiota”, brincou. Era a deixa para Fell On Black Days, a soturna faixa de Superunknown, álbum mais famoso do quarteto.

O Temple Of The Dog, projeto de Cornell com os integrantes do Pearl Jam (formado antes mesmo de Vedder entrar no grupo) também foi lembrado, com Wooden Jesus e Hunger Strike. Esta última, inclusive, não estava prevista no setlist, mas foi incluída às pressas pelo vocalista após pedidos de fãs exaltados.

Ambas contaram com o apoio do guitarrista Alain Johannes, que tocou no SWU no ano passado e é figurinha carimbada em projetos como o Them Crooked Vultures e com aparições frequentes junto ao Queens Of The Stone Age. Cornell insistiu que Johannes tocasse algo próprio, e foi atendido com Endless Eyes, faixa de abertura do álbum solo Sparks, lançado no ano passado.

Após homenagear Michael Jackson com uma versão bem crua de Billie Jean – que o cantor disse, aos risos, ter sido composta por ele – Cornell encerrou a rápida e objetiva apresentação com Blow Up The Outside World, do Soundgarden. Foi bom, mas não o bastante: no fim das contas, ficou apenas como aperitivo para a vinda da banda ao Brasil.

Set list

01 – Doesn’t Remind Me
02 – Wide Awake
03 – Can’t Change Me
04 – Fell On Black Days
05 – Be Yourself
06 – Wooden Jesus
07 – Like a Stone
08 – Black Hole Sun
09 – Billie Jean
10 – Endless Eyes (Alain Johannes)
11 – Hunger Strike
12 – Blow Up The Outside World


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