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(Foto: Ana Mazzei) Atual formação do Forgotten Boys, com Chuck Hipolitho

‘O bom filho à casa torna’, um ditado bastante popular que se encaixa perfeitamente ao momento de Eduardo Benedito, o Chuck Hipolitho, que, para a alegria dos roqueiros brasucas, retorna ao Forgotten Boys após sete anos longe do grupo. O músico deixou a banda em 2009 para se dedicar a projetos pessoais, como VJ da MTV – até 2013, produtor no Estúdio Costella, e integrante da banda Vespas Mandarinas. A estreia dessa volta será neste sábado, 26, no festival gratuito Jägermeister Invasão True Rock, no Superloft, em São Paulo, quando a banda encerrará o evento.

“Retornar ao Forgotten foi algo totalmente inesperado pra mim, pois raramente na minha vida voltei atrás em alguma coisa”, conta Chuck em exclusiva ao Virgula. “Esse ano foi bem ruim. Passei por uma crise de tristeza e quase parei de tocar. Então, um dia estava em um almoço na casa de uma amiga e encontrei o Gustavo Riviera, guitarrista e vocalista do Forgotten Boys, e falei ‘Cara, queria tocar bateria em alguma banda, pois é um instrumento que sou apaixonado’, e na hora ele me chamou para tocar com eles, para experimentar como baterista. E topei”, explica ele, que já tinha tocado com o grupo nessa posição em uma ocasião especial, no lançamento do disco Taste It, de 2011.

Chuck também revela que o carinho dos fãs ajudou a alimentar a ideia: “Postamos uma foto com a nova formação e a resposta da galera foi surpreendente. Eu sabia que tinha um pessoal que gostava do Forgotten comigo, mas eu não imaginava que era desse jeito. Esse apoio inesperado só ajudou a fortalecer”, fala empolgado.

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(Foto: reprodução/Instagram) Forgotten Boys

Mas será que os antigos fãs querem vê-lo na bateria e não na linha de frente? “Olha, eu entendo que a galera gostaria de me ver como guitarrista e vocalista novamente, pois é assim que eles me conheceram. Mas, os fãs também esperam que o Forgotten continue legal. Se todo mundo sentir que estou ali no palco empurrando a banda pra frente é o que interessa. O que fala mais alto é a energia e não a posição em que cada um está. É a chance do pessoal ver um Chuck diferente, que trocou a palheta pelas baquetas, caixa e chimbal”.

Sobre o novo cargo, ele conta que se sente muito confortável: “Teve um momento no passado em que eu e o Gustavo meio que dividíamos a liderança da banda, bandleaders, sabe? E esse posto de líder não me agrada. Agora, como baterista estou servindo e me sinto bem assim. E outra, os caras novos, o Paulo Kishimoto e o Dioniso Dazul, que entraram depois de mim, tocam bem pra caralho. E tem o Zé Mazzei também. Então está um tesão. Estou me sentindo em casa. Eu e o Gustavo temos uma energia musical enorme, pois já vivemos muitas coisas juntos. Não preciso esconder nada deles. Eu com o Forgotten é sexo feito com amor”, brinca.

Sobre o futuro, alguns spoilers: “Bem, o Gustavo tem o outro projeto dele, o Riviera Gaz, o Paulo e o Zé também têm outras atividades musicais. Então, o Forgotten não é mais o nosso centro. É um trampo levado a sério, claro, mas também é o futebol dos amigos, sabe? Por hora, o que pretendemos é gravar coisa nova e fazer uma turnêzinha. Mas estamos mais focados em viver o presente mesmo”.

Além de integrar o Forgotten Boys novamente, Chuck acaba de lançar um EP solo e prepara o próximo disco dos Vespas Mandarinas após uma transformação dentro da banda: “Depois dessa minha fase não muito boa que passei, quando voltei a sentir tesão em compor, comecei a gravar umas demos em um programa do iPhone e percebi que essa textura lo-fi que o aparelho proporciona é muito legal. Então resolvi lançar esse EPzinho de duas músicas chamado Namastê Yeah“.

Do processo, foi o seguinte: “Gravei as músicas em multi-pistas; usei um violãozinho de brinquedo da minha filha, e para bateria usei almofadas e panelas. A voz foi gravada enquanto eu andava e dançava pela casa, com um fone de ouvido, e por assim foi. Um trabalho a custo zero. Até para masterizar eu fiz por um site que oferece o trampo de graça, através de um algoritmo”, conta.

Capa de Namastê Yeah. Ouça o EP aqui.

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(Foto: divulgação) Namastê Yeah

“Já do Vespas eu garanto que os fãs terão muitas surpresas”, adianta Chuck. “O nosso baixista e baterista saíram da banda. E nessa fase ‘down’ que eu estava praticamente sai também. Mas conversei com o Thadeu Meneghini, que é a outra cabeça do grupoe resolvemos levar adiante. Tanto que já gravamos o próximo disco, que deverá sair no primeiro semestre do ano que vem. O que posso falar é que será um disco que foi levado pra frente pelo Thadeu, pois estive presente apenas nos momentos em que precisava estar. Estou começando a voltar pro Vespas agora”.

Mas e quais serão essas supresas? “Sabe aquele som hard rock do primeiro disco? Já era. Será muito mais pop, com canções que exploram um outro lado da banda. Um lado poético, até. Para ter uma ideia da mudança, eu toco bateria em duas músicas e chamamos uma galera bem da pesada para gravar as guitarras. Só feras que serão reveladas no momento certo”, conta, deixando o suspense no ar.

Conciliar Forgotten, Vespas e trabalho solo não deve ser fácil. Mas, Chuck quer abraçar o que der: “Antes eu ficava todo preocupado se daria conta de tudo o que faço ao mesmo tempo. Hoje já abraço mesmo e que se foda. Além disso tenho o lance de culinária com o meu irmão, faço um podcast apresentado no Spotify, tô criando um canal meu no youtube e gravo uns vídeos de dicas musicais no Instagram chamado Vê aí. Também sou o síndico do meu prédio. Ou seja: multifunções”, finaliza Chuck.

No Invasão True Rock ainda se apresentam Water Rats, Deb and The Mentals, Corona Kings e muito mais.

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SERVIÇO

Festival Jägermeister Invasão True Rock

Data: Sábado, 26 de novembro, a partir das 14h
Endereço: Superloft – Rua Cardeal Arcoverde, 2926 – Pinheiros – São Paulo – SP (próximo ao metrô Faria Lima)
Site: www.invasaotruerock.com
Censura: 18 anos
Entrada: Gratuita

Programação:
15h às 15:30 – Miami Tiger
15h50 às 16h20 – Travelling Wave
16h40 às 17h10 – Terminal
17h30 às 18h – Bike
18h20 às 18h50 – Lo-Fi
19h10 às 19h40 – Moxine
20h às 20h30 – Corona Kings
20h50 às 21h20 – Water Rats
21h40 às 22h10 – Deb and The Mentals
22h30 às 23h30 – Forgotten Boys


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Chuck Hipolitho volta ao Forgotten Boys: 'Estou me sentindo em casa'