Getty Images Nina Simone

Com a exibição gratuita de 23 filmes, a mostra de cinema do festival Mimo de música instrumental chega ao Rio de Janeiro neste fim de semana, entre os dias 13 e 15 de novembro. A quantidade e a variedade de produções cinematográficas selecionadas impressiona: são obras que falam desde o universo do samba, do rock, do frevo, do pife e até do reggae. Entre eles, filmes como Reverberações – Itamar Assumpção, My name is now, Elza Soares e The Amazing Nina Simone, um dos grandes destaques da seleção. Dirigido pelo americano Jeff L. Lieberman, o documentário – inédito no Brasil – vai estrear a programação da mostra.

No entanto, Rejane Ziles, diretora do festival de cinema, destaca que a situação nem sempre foi essa. A primeira edição do Mimo, que aconteceu em Olinda, em 2004, teve a exibição de apenas três filmes ligados à música. “Eu me lembro que na época foi complicado achar três filmes. Não foi das tarefas mais fáceis”, conta Rejane.

Se naquele tempo a dificuldade em encontrar produções era grande, hoje o Mimo precisa realizar um processo de seleção para dar conta de todas as inscrições que recebe. Só neste ano, entre curtas, longas e documentários, foram 97 inscritos.

Paolo Giron My name is now, Elza Soares

“Em 2010 nós já percebemos que a programação de cinema nesse segmento da música estava crescendo muito. Na minha avaliação, acredito que isso tenha a ver com as mídias digitais, que facilitaram muito para as pessoas poderem fazer filmes. Em 2004, por exemplo, era bem mais difícil de se rodar um filme”, diz Rejane.

Mas, acima disso, ela destaca que o olhar dos cineastas brasileiros mudou: “em algum momento, caiu a ficha dos realizadores de que a gente tem uma produção musical riquíssima, que é um diferencial de outros países.” Com isso, a variedade das temáticas musicais também passou a ser mais explorada: a cinebiografia deixou de ser a única vertente para dividir espaço com outros formatos como, por exemplo, o retrato dos gêneros musicais brasileiros e a importância deles para a nossa cultura. É o caso de 82 minutos, que explora o samba e a construção do carnaval carioca, e de Xingu Cariri Caruaru Carioca, que faz uma ligação entre as raízes do pife e a música contemporânea – ambos selecionados para a mostra.

Essa é a primeira vez que o Mimo desembarca no Rio de Janeiro. Em comemoração aos 450 anos da cidade, o festival acontecerá nos principais espaços do patrimônio histórico da cidade maravilhosa, como o Parque Lage, o Cine Odeon e a Igreja da Candelária. Estão confirmados shows de artistas como o guitarrista tuaregue Bombino (conhecido como o “Hendrix do deserto”),  o luso-angolano Batida e os consagrados músicos brasileiros Tom Zé e Alceu Valença. A programação completa, que é inteiramente gratuita, pode ser vista no site http://www.mimofestival.com/.

Veja na nossa galeria como foi a edição do Mimo em Paraty, que teve shows de grandes nomes como Jacob Collier e Salif Keita:

Mimo Paraty 2015


Créditos: Beto Figueiroa

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Com filmes sobre Nina Simone e Elza Soares, Mimo vê boom de obras sobre música

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