30 Seconds to Mars faz show em São Paulo


Créditos: Gabriel Quintão

“Eu acho que o ar-condicionado tá quebrado. Liguem o ar-condicionado! Filhos da puta.” Jared Leto, vocalista do 30 Seconds to Mars, viveu nesta quinta (16) o mesmo drama que todos os paulistanos: o calor insuportável que essa cidade está. É provável que o fato de ele estar pulando em cima de um palco em um Espaço das Américas quase lotado também tenha piorado um pouco a situação. “Deem água pra eles, está muito calor”, o americano disse, sem se dirigir pessoalmente a ninguém. “Deem água pra cada uma dessas pessoas que quiserem água”, ele continou, apontando para o amontoado de fãs em frente ao palco.

Ainda que o calor tenha levado a melhor em relação a algumas pessoas (era frequente ver garotas sendo retiradas do meio da plateia em cadeiras de rodas), ele só foi mais um ingrediente no caldeirão explosivo que o espaço (fechado) se tornara. Os irmãos Jared e Shannon Leto, acompanhados por Tomo Milcevic, dão um show digno de grandes arenas — são jogos de luzes, bexigas imensas jogadas na plateia, rojões de papel picado, fumaça. Jared, também conhecido como vencedor do Oscar de Ator Coadjuvante de 2014, disse em entrevista que já perguntaram para ele se o 30 Seconds to Mars eraum culto. Dá pra entender a relação.

O cara de 42 (!!!!!!) anos entrou no palco com uma bata branca, óculos escuros e uma espécie de coroa dourada enfeitando seus longos cabelos castanhos. A associação com um Jesus ocidentalizado e transformado em rock star é automática. Ele nem precisa de muito esforço para envolver o público — mas isso não significa que ele não se empenhe. Seu artista predileto usa a bandeira do Brasil como xale? Jared Leto parece um porta-bandeira, correndo no palco segurando um mastro. “Eu devia escrever ‘Vida longa ao açaí'”, ele fala pra plateia enquanto posta um vídeo que fez de cima do palco no Instagram. “Brasil com Z ou com S?” ele pergunta. Ao ouvir a plateia urrar um S, ele responde: “S. Que se fodam os americanos”.

A essa altura do campeonato, tanto ele quanto os fãs (incluindo muitas garotas), já tinham abdicado das camisetas. “Quem aqui vê o 30 Seconds pela primeira vez? Quem aqui já viu a gente? Quem tá gritando porque não entendeu nada do que eu disse?” ele brinca com a plateia, que reage deliciada. Jared aproveita o óbvio amor dos fãs pela banda pros seus próprios interesses: “Vocês viram a gente no Rock In Rio? Quem vai tocar? Eu acho que todo mundo tinha que pedir pro 30 Seconds tocar”, ele diz, jogando a sugestão, obviamente bem aceita pela plateia. “Não sei se vão nos convidar, mas seria ótimo. Vocês deviam fazer uma petição online”, ele sugere.

O show vai acabando e o calor e o cansaço vão tomando conta do público. Eles ainda cantam, mas a energia não é a mesma de antes. Mas nada disso parece encontrar reflexo no palco. Jared continua incansável e a banda tem uma cartada final para encerrar o show em grande estilo: traz o máximo de pessoas possíveis da plateia para cima do palco.


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Com show de arena em espaço fechado, 30 Seconds to Mars se apresenta em SP e avisa que quer participar do Rock In Rio de novo