Em entrevistas recentes sobre seu novo álbum, Goodbye Lullaby, Avril Lavigne tem afirmado que, pela primeira vez em sua carreira, resolveu olhar para dentro.

Segundo declarou, depois de anos seguindo orientações de amigos, colegas, empresários e figurões de gravadora, Avril decidiu dar um basta em influências externas e parar de tentar se encaixar em um estereótipo de garotinha revoltada. É desta forma que a cantora descreve o processo que levou à criação das músicas de Goodbye Lullaby – uma maneira de se libertar das amarras do início de sua carreira e criar algo que de fato refletisse sua personalidade.

Ouvindo Goodbye Lullaby, a conclusão é que quando Avril olha para si mesma, ela só consegue pensar em uma coisa: liberdade custa caro. Quando, no início da balada Wish You Were Here, Avril afirma que “pode ser durona e corajosa”, o tom é de tristeza. Logo em seguida, ela faz um contraponto, afirmando que quando encontra o cara pelo qual é apaixonada, tudo isso muda e ela volta a ser a menininha assustada e indecisa do passado.

O álbum começa com a melancólica Black Star, que fica estranha quando comparada com a faixa seguinte, o single What The Hell. O tom do álbum é de melancolia, mas What The Hell é a única música que ainda traz os elementos da Avril antiga, uma adolescente revoltadinha (ela já tem 26 anos) que só quer saber de se divertir e causar no meio da rua.

Em seu primeiro álbum, Let Go, que colocou a cantora nas paradas de sucesso e vendeu mais de 16 milhões de cópias, a imagem de Avril era a da garota skatista e moleca que preferia ficar na rua zoando com os garotos do que seguir o estilo patricinha.

De lá para cá, ela mudou muito: hoje, Avril tem no currículo quatro álbuns de estúdio, dois perfumes com seu nome e uma linha de roupas. De garota birrenta, virou empresária. Mas parece que seu amadurecimento foi doloroso – em Goodbye Lullaby, o tom é sempre de lamento, mostrando que o caminho para a vida adulta e a independência não deve ser sido muito fácil.

Goodbye Lullaby não é divertido como Let Go, não é barulhento como Under My Skin e não é despreocupado como The Best Damn Thing. Parece que Avril não se diverte mais como antes, mesmo quando tenta resgatar o passado. Resta saber agora se esses elementos melancólicos são parte da nova imagem de Avril ou se são apenas uma fase em sua busca por uma personalidade que seja só sua.


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Crítica: Avril Lavigne retorna mais melancólica em novo álbum, Goodbye Lullaby