De Falla

(Foto: Raul Krebs) Defalla

O Defalla, grupo gaúcho que vem chacoalhando o underground desde a década de oitenta, e já dividiu o palco com Red Hot Chili Peppers e Alice In Chains (no saudoso festival Hollywood Rock), está novamente na estrada, e melhor, com integrantes das formações original e clássica. Com Edu K nos vocais Biba Meira na bateria, Carlo Pianta no baixo, e Castor Daudt na guitarra, a banda acaba de lançar o disco de inéditas Monstro, e vai levar sua potência sonora ao show de lançamento que acontece nesta sexta, 6, na Comedoria do Sesc Pompeia, em São Paulo.

“Assim como em todo casamento, no Defalla falamos ‘bom, vamos dar um tempo’, mas nunca acabamos a banda”, conta Edu K em entrevista ao Virgula. “Nesse tempo eu viajei o mundo inteiro como DJ, fiz produção e lancei disco solo. Essa válvula de escape, de criatividade, nunca faltou pra mim, mas a questão é que o Defalla é especial. A gente sempre disse ‘Pô, vamos fazer alguma coisa, um som’. Então, em maio de 2011 fomos convidados para fazer um show em Porto Alegre e tocamos na íntegra o primeiro disco da banda, e percebemos o quanto de magia tinha envolvida ali, então começamos a elaborar o novo disco. Voltamos para ficar, para dar segmento ao que começamos lá em 1985”, conta o vocalista.

Sobre o novo álbum, Edu explica que o título vem da monstruosidade da humanidade demonstrada nos dias atuais. “É um trabalho temático. É sobre o que as pessoas estão fazendo uma com as outras por falta de paciência e gentileza. Estamos em um mundo lotado de gente e com muita informação, que está levando todos a uma certa loucura. Não é só a violência explicita, mas a violência dos relacionamentos humanos, dos relacionamentos românticos. Da forma como a gente responde ao próximo. Toda essa informação tecnológica que estamos vivendo está nos deixando cada vez mais monstruosos”. Mas, calma que o disco tem um outro lado, e o cantor conta como é: “Ele também fala sobre pessoas que têm noção dessa monstruosidade e estão tentando fugir disso. Por exemplo, indo atrás de comida natural, fazer yoga e meditação. Sobre esse lado mais espiritual e diferente dos padrões que existem.”

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(Foto: divulgação) Capa de ‘Monstro’

Dentre as participações especiais, Monstro traz alguns ‘parceiros de trincheira’ como Edu K define. “Sou muito amigo do Beto Bruno, da Cachorro Grande, e estávamos na mesma vibe, então ele participou de Timothy Leary, que é uma música meio naquele clima psicodélico de Manchester, dos Stones Roses e Happy Mondays. Já em Delírio de Um Anormal, nunca tivemos um som stoner, e de repente fizemos essa canção que tinha umas notas altas, daí pensamos ‘Nossa, isso seria foda com a Pitty cantando’. Ela se amarrou no som e gravou com a gente.

Outra presença de peso é a de Humberto Gessinger, dos Engenheiros do Hawaii, na música Dez Mil Vezes. “Gessinger é um gênio do pop. Ele fez a letra e sugeri dele cantar também. Quando sua voz entra é um momento icônico. Sabe, os Engenheiros e o Defalla sempre tiveram um relacionamento antagônico na imprensa, uma coisa meio Beatles e Stones, em que a mídia alimentava uma rixa entre as duas bandas, mas nos bastidores eram todos amigos. O mesmo rola com a gente”.

E será que o mundo está preparado para o Defalla? “Sim, totalmente. O Defalla é música pop. Tudo o que conhecemos do rock, desde Beatles e Stones, vem do pop. O que vemos hoje no mercado é um pop mais eletrônico, que eu adoro também e até nos influência, por que não?”, conclui Edu K. Quem for ao Sesc Pompeia, verá.

Ouça Monstro:

SERVIÇO

Show: Defalla

Dia 06 de maio. Sexta-feira, às 21h30

Comedoria – SESC Pompeia – Rua Clélia, 93.

Ingressos: R$ 6,00 (credencial plena/trabalhador no comércio e serviços matriculado no Sesc e dependentes), R$ 10,00 (pessoas com +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino) e R$20,00 (inteira).

Ingressos online: www.sescsp.org.br/programacao/

Classificação indicativa: Não recomendado para menores de 18 anos.


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Defalla lança disco e faz show em São Paulo: 'Voltamos para ficar'