Dingo Bells

Rodrigo Marroni/Divulgação Dingo Bells

Chegar cedo ao Lollapalooza sempre representa duas vantagens. Evitar o congestionamento que inevitavelmente se forma ao redor do autódromo de Interlagos nos horários de pico e, a principal delas, conhecer bandas novas e assistir a apresentações lado B. No domingo (13/3),o trio de Porto Alegre Dingo Bells, formado por Rodrigo Fischmann (voz principal e bateria), Diogo Brochmann (voz, guitarra e teclado) e Felipe Kautz (voz e baixo), abre o palco Skol, ao meio-dia.

“Vamos com tudo. Estamos levando o show da turnê do Maravilhas da Vida Moderna com o time completo: nós três, nosso fiel escudeiro Fabricio Gambogi (guitarrista) e um naipe de metais capitaneado pelo grande Júlio Rizzo. Seremos um septeto”, afirma Felipe. “Temos a certeza de que vai ser um show histórico pra gente”, completa.

Um dos principais méritos da Dingo Bells é retomar a longa história do rock gaúcho dentro da música brasileira. Prova de que eles estão recolocando Porto Alegre no mapa, é que eles foram selecionados pelo Music Map: Cities of The World, do Spotify.

“Foi incrível saber sobre o Music Map, pois é um indicativo de que, de fato, as pessoas estão ouvindo nosso disco. Acredito que nos aproximamos dessa mentalidade, pois discutimos muito sobre como deveríamos (e poderíamos) soar no Maravilhas e, ao mesmo tempo, sobre fazer algo que mirasse no ouvinte, que não fosse um disco que somente nós três ficássemos satisfeitos”, diz Felipe.

E o que o baixista acha que está rolando de mais novo hoje no mundo e em que pontos sentem que vocês se aproximam disso? “Acredito que hoje esteja rolando um movimento geral de busca de identidade e de novas sonoridades. Qualquer mistura de referências é possível e isso torna as coisas muito ricas e únicas. Isso também é um grande incentivo para quem quer buscar a sua música. Ao mesmo tempo, como essa produção musical está acessível e pulverizada, é cada vez mais difícil chamar a atenção e fazer com que as pessoas doem o seu tempo para consumir a música de quem quer que seja”, argumenta.

Entre as bandas que ele e seu camaradas mais querem ver, ele dá algumas pistas da própria sonoridade do trio: “Alabama Shakes (alguns dos timbres mais interessantes do último ano), Tame Impala, Jungle e Snoop Dogg são os shows mais aguardados por nós”, elenca Felipe.

A proximidade com monstros da música atual é destacada pelo vocalista e bateria Rodrigo. “O mais legal de tudo é fazer parte do line-up de um dos maiores festivais do mundo. É um reconhecimento sem precedentes. Fora isso, poder estar junto de bandas que estão em uma grande fase da carreira, como Tame Impala e Alabama Shakes, nos torna privilegiados. Imagino que vamos conhecer muita gente que gosta e compartilha interesses em música e artes, e que só vão enriquecer nosso repertório de vida. É incrível poder tocar pra esse público”, diz.

Felipe destaca ainda as bandas atuais que os caras do Dingo mais gostam e indicam, mostrando apetite para digerir músicas sem preocupação com gênero e origem. “Sondre Lerche, Alabama Shakes, Metá Metá, Fleet Foxes, Unknown Mortal Orchestra, Maglore, Ava Rocha, Ian Ramil, Father John Misty, Sufjan Stevens, Apanhador Só, D’Angelo, St. Vincent. E o David Bowie. O Bowie é sempre atual e, nesse ano, já lançou uma pedrada difícil de tirar das listas de melhores de 2016”, avalia.

Em relação ao que vê como mais de gaúcho no som deles, Felipe destaca o mood de Maravilhas da Vida Moderna, álbum que entrou em várias listas de melhores de 2015. “Existe um fator melancólico presente no nosso disco que, em alguns momentos, se apresenta com uma roupagem mais voltada para o folk. Acho que toda a questão climática e geográfica daqui acaba contribuindo pra isso. O Vitor Ramil já explorou bastante esse ponto da estética do frio, embora a música dele não tenha sido uma influência direta pra nós. Fizemos a pré-produção e a gravação do Maravilhas em um sítio na zona rural de Porto Alegre. Acho que esse clima foi determinante na estética do álbum. Acredito que, se existe algo de gaúcho no disco, talvez seja essa influência da natureza daqui”, conclui.

Exatamente um mês antes do Lolla, dia 13/2 (sábado), Dingo Bells e Maglore, outra banda que será atração do festival este ano, se apresentam no Centro Cultural São Paulo. O Dingo Bells também toca no Sesc Pompeia, dia 20/2.

Bá, esses guris estão tri afu.


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Dingo Bells conta dias pra tocar no mesmo festival que Alabama Shakes