Espécie rara na música brasileira, o compositor Paulo Vanzolini, que morreu no domingo (28) aos 89 anos, certamente deixa uma herança para as gerações atuais de músicos e do futuro. Para o amigo e parceiro Arrigo Barnabé, sua inspiração se reflete em coisas práticas do cotidiano. “Bom, ele não largou a cerveja, isso já é uma lição!”, diz o autor de álbuns como Clara CrocodiloTubarões Voadores ao Vigula Música.

Para Barnabé, é possível traçar um pararelo entre Vanzolini e um dos principais nomes da cena paulistana que joga no mesmo caldeirão, samba, jazz, africanismos, MPB. “Acho que o Kiko Dinucci tem a ver com ele”. Também compositor, Dinucci começou a chamar antenção em seu trabalho solo com o Bando Afromacarrômico. Destaca-se hoje em grupos como Metá Metá e Passo Torto.

Nascido em 1924, Vanzolini compôs clássicos como Volta por Cima, Ronda, Praça Clóvis, Na Boca da Noite e suas músicas já foram cantadas por Maria Bathânia, Chico Buarque, Paulinho da Viola, Miúcha, Martinho da Vila e outros.

“Adoro Volta por Cima, resume Arrigo, lacônico, ao ser perguntado que características destacaria em suas músicas preferidas do compositor. Faz sentido, as músicas de Vanzolini já dizem tudo. O melhor é fazer silêncio e escutá-las, de preferência à noite e “rondando” a cidade.

Maria Bethânia interpreta Ronda ao vivo 



Ouça Chico Buarque, em Quando Eu For, Eu Vou Sem Pena, de Paulo Vanzolini



Ouça Noite Ilustrada em Volta por Cima



Ronda, com João Gilberto 

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'Ele não largou a cerveja, isso já é uma lição', diz Arrigo Barnabé sobre Paulo Vanzolini