Gaby Amarantos

Gaby Amarantos chega a São Paulo com show especial ao lado de sua banda 100% feminina nesta sexta (21), no Shell Open Air, logo após a apresentação do musical Mamma Mia 2, que a cantora recebe o publico com um grande espetáculo.

No repertório, um setlist escolhido especialmente para a ocasião, que incluem os grandes sucessos da artista, músicas da década de 80 e muito mais. Para abrilhantar ainda mais essa festa, Preta Gil e Gloria Groove reforçam o time de estrelas, cantando sucessos que não deixam ninguém parado.

Após o lançamento do hit Sou + eu, que fala sobre autoaceitação e o empoderamento feminino e de outras minorias que sofrem com preconceitos, a paraense decidiu mudar o seu formato de apresentação. A reformulação começou com sua banda, onde todas as integrantes são mulheres. Por trás dos palcos, agora, sua equipe técnica possui mais pessoas do sexo feminino do que masculino.

São Paulo será a primeira cidade a conferir de perto esse novo projeto de Amarantos, mas fique de olho na movimentada agenda da artista.

Por que quis se juntar a Gloria Groove e Preta Gil? É um ato político?
Gaby Amarantos – Estou super feliz em poder dividir o palco com Gloria Groove e Preta Gil, será um show super enérgico

Que medidas crê que deveriam ser adotadas para que as mulheres pudessem ser mais valorizadas no mercado de trabalho, não apenas no meio musical?
Gaby – União, quanto mais nos unirmos e entendermos que juntas somos mais fortes e temos poder, crescimento vem junto.

Como é pra você ser uma referência para meninas que estão surgindo?
Gaby – Fico muito feliz em ser referência para qualquer pessoa, de ser uma referência positiva. Sem falar no privilégio de levar essa música tão autêntica do Pará. É maravilhoso ver pessoas bebendo na nossa fonte, da musica pop paraese, do tecnobrega, do carimbó, de todos os nossos ritmos. Fico muito feliz de ver que a semente que plantamos lá atrás, está virando uma árvore linda que vai dar muitos frutos ainda, afinal temos muita estrada pela frente.

Qual é a importância do tecnobrega como renovador do pop brasileiro?
Gaby – É muito inteligente essa percepção do tecnobrega ser um renovador do pop brasileiro. Eu fico muito feliz e orgulhosa. Isso abre mais caminhos para a nossa música, para o meu trabalho, para as coisas novas que eu quero propor.

Quando eu surgi mostrando isso, há um tempo atrás, as pessoas ficaram extasiadas, surpresas e, agora, elas começam a assimilar cada vez mais então, eu quero é isso. Quero que essa música seja uma mola propulsora desse pop brasileiro porque isso faz que o nosso pop seja brasileiro, ser autêntico.

O que está rolando de mais interessante na música hoje na sua opinião?
Gaby – Tem muita coisa interessante rolando na música, acho que o que está rolando de mais legal é esse movimento que tá sendo comandado tanto pela MC Loma e as gêmeas Lacração, que é o brega, é o tecnobrega do Pará.

Assim como as músicas que as meninas que são drag queens estão fazendo, um movimento lindo, falando de todas elas. Desde a Pablo, até a Linn da Quebrada… Johnny Hooker também é um artista incrível, ele tá fazendo um trabalho que tem música junto com verdade, coragem e posicionamento.

Esse movimento ta muito forte, principalmente a união das mulheres com esses artistas que são LGBTQ. Jaloo também é um artista muito lindo e interessante, que tá propondo coisa nova e fico muito feliz de estar vendo essa cena e estar junto com eles, fazendo música, fazendo show, parcerias… E é isso que eu quero, as mulheres juntas – as mulheres trans, as mulheres biológicas, as drag queens… todas as pessoas que tem o feminino dentro de si, juntas.

Quais são suas referências estéticas?
Gaby – As minhas referências estéticas são o povo da minha terra, essa referencia forte da festa de aparelhagem atrelada a luz, ao colorido e despojamento do povo do Pará, que é tão diferente porque somos um outro país (risos), praticamente um outro continente. Essa liberdade indígena que temos e, também, exalto muito as minhas referências africanas, dos meus antepassados, que cada vez mais está presente na minha identidade visual, estética e música. Afropunk, futurista, tecno, brega, pop, arrocha, Brasil.

Quais são seus valores essenciais?
Gaby – São os valores de empatia, estamos precisando muito nos colocar no lugar do outro e representatividade. Essa é uma palavra que está muito presente na minha vida. Quero ver cada vez mais pessoas que me represente, não só por ser uma pessoa que representa vários, mas também por precisar ver representatividade, a minha luta é para ver igualdade de representatividade, de gêneros, por igualdade de um modo geral. É isso que eu quero, igualdade, representatividade e empatia para podermos caminhar para um lugar de respeito e amor.

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Créditos: Caroline Lima

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'Quero as mulheres juntas', diz Gaby Amarantos