Nesta sexta-feira (05) chega nas plataformas de streaming o álbum “Vou Ter Que Me Virar”, nono trabalho de estúdio da banda Fresno. Agora como um trio, Lucas Silveira (voz, guitarra e teclado), Gustavo “Vavo” Mantovani (guitarra) e Thiago Guerra (bateria) trazem uma fase mais esperançosa do grupo, pós-alegria cancelada, pós-pico da pandemia e durante um processo de amadurecimento. Em entrevista coletiva, a banda contou mais detalhes do novo disco.

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Como forma de aquecimento, tanto por parte dos fãs quanto das plataformas digitais, o grupo lançou a playlist INVentário, em que reunia diversas faixas novas e antigas que não entraram em nenhum trabalho. O projeto que não foi fechado, e pode ser alimentado a qualquer momento pela banda, fez com que a Fresno preparasse o algoritmo e o público para a chegada do álbum. “O disco era o foco, INVentário veio para furar bolhas. Conseguimos 12 playlists com ele, então foi abrindo esse leque. Nisso o disco ganhou porque entrou algumas faixas do INVentário”, explica Guerra. As faixas “Eles Odeiam Gente Como Nós”, “Agora Deixa” e “6h34 (Nem Liga Guria)” foram as selecionadas para o novo álbum.

“Vou Ter Que Me Virar” reflete o processo de amadurecimento de uma banda do final dos anos 90 que passou por diversas transformações pessoais e acompanhou as mudanças sociais e políticas do país ao longo desses 22 anos. Sucessor de “Sua Alegria Foi Cancelada” (2019), o novo álbum chega como resposta para a melancolia narrada em seu antecessor. “Desde “Sua Alegria Foi Cancelada” começamos com uma tristeza sem solução. Nesse álbum é meio que: ‘Olha, nós vamos ter que se virar de alguma maneira. Apesar de tudo, a gente vai ter que se virar’. Porque nós estamos vivos, estamos representando a nossa história e vamos ter que fazer alguma coisa a respeito disso”, reflete Lucas Silveira.

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Essa extensão também se deu em algumas faixas, explica Vavo. “Originalmente a gente teve uma versão deluxe do “Sua Alegria Foi Cancelada” que incluía algumas músicas que entraram para o “Vou Ter Que Me Virar”, até certo ponto chegou a ser uma continuidade”. Nesse processo de buscar novos comportamentos, a Fresno também busca diferentes alternativas sonoras. O disco caminha por outras influências além do rock, pop-punk e emo rock, passando por elementos do pop, samba e beats eletrônicos para criar a identidade do novo álbum.

Além disso, o disco traz as participações de Alejandro Aranda, do Scarypoolparty, e Yvette Young na faixa “Tell Me Lover” e de Lulu Santos na romântica “Já Faz Tempo”, faixa que marca a primeira parceria entre a banda e o cantor. “Fizemos essa música que tinha uma vibe oitentera, todos os timbres tinha, foi ficando assim e eu falei que só faltava o Lulu Santos cantando para música ornar no meio do álbum “Toda Forma de Amor” do Lulu”, explica Lucas. “E o Lulu é o pai do pop!”, completa Guerra, em comemoração.

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“Vou Ter Que Me Virar” traz uma Fresno que entende as suas dores e as dores do país, destacada na faixa “Fudeu!!!”, e, apesar de tudo, sabe que é preciso tomar alguma atitude. Mesmo com o incentivo à ação, o álbum também retrata outros aspectos como as inseguranças que vão sendo escancaradas no meio do caminho, como na faixa “Casa Assombrada”, e letargia causada por uma rotina monótona, cantada em “Essa Coisa (Acorda-Trabalha-Repete-Mantém)”.

Depois de investigar aqueles nossos dramas adolescentes, a gente foi percebendo os dramas adultos, os dramas pais de família. Mas assim, uma coisa que é uma tônica é que estamos sempre falando dos dramas”, explica Lucas.

É como se, no processo de matar e enterrar os medos sem olhar para o lado, cantado na faixa “Eles Odeiam Gente Como Nós”, os problemas fossem se tornando mais táteis. Não menores, mas com saída e novas perspectivas de mudança e solução.

Com o novo disco, o grupo se prepara para uma nova fase que já conta com o Lollapalooza de 2022 na agenda. Abaixo, ouça “Vou Ter Que Me Virar”.


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Fresno procura por novas respostas no álbum “Vou Ter Que Me Virar”