Titica

Ícone do kuduro angolano, artista trans e embaixadora da ONU, Titica é uma das atrações da primeira edição do  Britadeira – Sons de Favela, no Sesc Pompeia, que ocorre nos dias 20 e 21 de abril.

Além de Titica, que faz show no segundo dia, após a funkeira de Niterói MC Carol, apresentam-se o trio de rap feminino carioca Abronca e a Wesli Band, comandada pelo cantor e multi-instrumentista haitiano Wesli Louissant.

Titica é considerada uma das principais artistas da África. Já no ano seguinte ao lançamento de seu primeiro álbum, foi indicada ao Prêmio Kora All Africa Music Awards de 2012 (o principal prêmio de música do continente africano) e foi citada como referência pela Bjork.

Além do talento musical, ela é muito envolvida em questões  sociais. Em outubro de 2013, ela foi escolhida Embaixadora Nacional da Boa Vontade pela UNAIDS – programa da Organização das Nações Unidas orientado ao combate à epidemia de Aids.

Da onde vem sua música?
Titica – A minha música vem do gueto, que é a periferia. Faço o Kuduro, um estilo marginalizado, que hoje em dia quebra barreiras. E ao longo do tempo, fui adquirindo mais conhecimento quanto a música, quanto fui conhecida nacional e internacionalmente. Entrei na escola de música para dar o meu maior em vários estilos de música, mas o meu estilo próprio, é mesmo o Kuduro, e o que mais me identifica.

 Por que você faz sua música?
Titica – Eu faço a minha música porque eu gosto de cantar, eu amo cantar. Também sendo trans, eu consigo dar o meu contributo contra o preconceito, e várias coisas na nossa sociedade. Como nós músicos somos formadores de opinião, então temos que fazer uma boa música e abrir a mente das pessoas.

Titica

O que está acontecendo de mais novo na música hoje?
Titica – Na música de hoje tem muita inovação, hoje em dia escrevemos tudo na música, o que acontece com a vizinha, o que acontece comigo, a música é alma, a música é alegria, então a música é inovadora, a música muda a pessoa.

 Muitas vezes modas e estilos criados na favela se tornam icônicos, isso melhora de alguma maneira a vida na favela?
Titica – Melhora, muitas das vezes, nós artistas somos fazedores de opiniões e criamos tendência, não importa se somos do gueto, se somos da city. O artista tem a liberdade, então quando tu és querido tem público, então conseguimos criar tendências.

 O Brasil é o país que mais mata gays no mundo crê que a presença das trans e drags na mídia seja um antídoto contra o preconceito e a ignorância?
Titica – Sim, sim, creio sim, que a presença dos gays e drag queens na mídia, é uma forma mesmo de acabar com o preconceito. Porque isso vai mostrar que além de nós sermos diferentes, temos talentos, somos humanos, temos coração, pensamos, ajudamos, crescemos, nós somos. Por isso que somos diferentes, ser diferente é apenas ser diferente. A gente quando nasce não escolhe parente, o importante é o amor. E unidos somos mais fortes.

SERVIÇO

Britadeira – Sons de Favela
Dias 20 e 21 de abril de 2018, sexta e sábado, às 21h30
Comedoria
*A capacidade do espaço é de 800 pessoas. Assentos limitados: 150. A compra do ingresso não garante a reserva de assentos. Abertura da casa com 90 minutos de antecedência ao início do show.
Ingressos: R$12 (credencial plena/trabalhador no comércio e serviços matriculado no Sesc e dependentes), R$20 (pessoas com +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino) e R$40 (inteira).
Sesc Pompeia – Rua Clélia, 93.
Não tem estacionamento. Para informações sobre outras programações, acesse o portal sescsp.org.br/pompeia


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'Gays e drags na mídia é forma de acabar preconceito', diz Titica