O baiano Gilberto Passos Gil Moreira, no auge de seus 60 anos, acrescenta em seu vasto currículo mais um feito histórico: foi nomeado nesta segunda-feira ministro da Cultura do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Gil já foi secretário da Cultura de Salvador em 1987, tendo sido um dos defensores da preservação do patrimônio histórico da cidade. Exerceu o mandato de vereador pela capital baiana entre 1988 a 1992, participou do projeto Comunidade Solidária do governo de Fernando Henrique Cardoso e, como integrante do Partido Verde, apoiou publicamente a campanha de Lula em 2002. Gil, no entanto, se embrenha na política desde o início de sua carreira musical, nos anos 1960. Fundador e disseminador do Tropicalismo, principal movimento musical, social e político da MPB pós-bossa novista, Gil fez polêmicas participações nos festivais da TV brasileira com composições consideradas rebeldes na época.

Ao regressar do exílio em 1972, lançou o álbum “Expresso 2222”, considerado pela mídia um marco da música brasileira da década de 1970, e foi aclamado como um dos maiores inovadores da cultura nacional.

Vencedor do Grammy em 1998 com o disco ao vivo “Quanta gente veio ver”, Gilberto Gil já vendeu mais de cinco milhões de álbuns em todo mundo em cerca de 30 anos de carreira. Começou a se interessar por música aos 3 anos de idade, quando ainda morava com a família em Ituaçu, no interior da Bahia.

Gil acumula aproximadamente 35 álbuns — alguns dos mais famosos são “Tropicália ou Panis et Circensis” (1968), “Realce” (1979), “Raça Humana” (1984) e “Parabolicamará” (1992) — que se renovaram com a mescla de ritmos como baião, xote, funk, reggae e jazz. Seu mais recente trabalho, “Kaya N’Gan Daya” (2002), é um tributo ao ídolo Bob Marley.


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Gil troca de palco e defende cultura no ministério