As autoridades iranianas modificaram a sentença contra os sete jovens que postaram um vídeo dançando a divertida música Happy, sucesso do cantor Pharrell Williams, e deixou em suspenso, durante três anos, as penas de seis meses de prisão, 91 chicotadas e a multa imposta, informou a imprensa local.

Caso o grupo não cometa “atividade criminosa proposital” as penas serão retiradas, informou ontem o advogado dos condenados, Farshid Rofugar, à agência iraniano de notícias “ILNA”.

Segundo a decisão judicial, os jovens foram condenados por “atividade ilegal ao participar de um vídeo vulgar” e por “relações ilegítimas ao dançar em companhia mista e com um atavio inadequado”. Uma das participantes tinha recebido pena adicional de seis meses de prisão por posse de álcool em casa, que também foi suspensa.

Em 18 de setembro a Justiça iraniana condenou o grupo, que tinha sido detido em maio depois que o vídeo, considerado provocador segundo os padrões morais da República Islâmica, se tornou “viral” na internet. Nele, os seis aparecem cantando de forma animada a popular música em terraços e ruas do Teerã e dentro de uma casa.

As meninas não usam no cabelo o lenço obrigatório para todas as mulheres nem a uma espécie de xale grande, usado por cima da roupa para esconder as formas, tapar as nádegas, coxas e pernas. Além disso, dançavam com homens, violando assim o mais rígido código de comportamento islâmico que as autoridades tratam de fazer respeitar no país, principalmente na esfera pública.

Um dia após a prisão, o grupo foi liberado pagando fiança à espera de julgamento. A polícia confiscou seus telefones celulares, computadores e outros artigos pessoais.

Dois dos jovens compareceram na rede de televisão estatal “IRIB” para mostrar arrependimento por ter participado da gravação e garantir que tinham sido enganados. No programa também aparecia o chefe da polícia, Hoseyn Sayedinia, que advertiu que aqueles pretendam fazer vídeos parecidos “serão identificados e se atuará contra eles”.

A detenção deste grupo aconteceu depois da divulgação no YouTube (vetado no país, mas acessível através de programas anti-filtros) de vários vídeos de jovens iranianos dançando ao som de Happy.


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Irã suspende por três anos penas aos autores do vídeo 'Happy'

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