Jota Quest: PJ, Márcio Buzelin, Rogério Flausino, Marco Túlio e Paulinho Fonseca

Os mineirinhos do Jota Quest embalam festas no Brasil há pouco mais de duas décadas, mas seguem com os pés no chão e com tesão de bombar pistas.

“Bicho, quando a gente começou, agarramos todas as oportunidades que pintaram. Claro, o investimento em bandas pop rock era outro. Hoje, a gente se jogaria nos reality shows como o SuperStar e afins para mostrar nosso som para mais pessoas, sem dúvida”, conta o bem-humorado vocalista Rogério Flausino no papo por telefone com o Virgula.

Seguindo a mesma vibe dançante e com novo álbum cheio de participações pra lá de especiais, o Jota Quest inicia nova turnê “Pancadélico Tour 2016” contando que pretende dar bons momentos de curtição nas pistas para aliviar um pouco a tensão da crise brasileira. A trupe de Flausino toca em São Paulo neste sábado (07) , no Espaço das Américas.

Jota Quest com Anitta, DJ Hum e Os Gêmeos que participam do clipe “Blecaute” reprodução

No papo, Flausino fala sobre Prince, surpresas do novo show,  participações  especiais,  música em família, legado mineiro, letras que viram memes e por que o Jota Quest continua vivendo de folia e caos na moral. Confira.

Além da já anunciada versão de Stevie Wonder, o que podemos esperar ouvir de referências musicais do Jota Quest no show?
Flausino
– A gente ensaiou “Higher Ground” do Stevie Wonder e pode rolar som do Prince na turnê. Se não pintar no show em São Paulo, deve rolar na turnê…

O Prince era uma grande referência do Jota Quest, né?
Flausino – Muito. Cantei demais ‘Purple Rain’ na noite. O Jota tem essa onda de misturar, soul, black, funk, pop e o Prince é uma grande referência da música. Ele se foi muito cedo e tinha muito ainda a nos apresentar. No Programa ‘Música Boa’ (Programa da Multishow apresentado pela Anitta atualmente) a gente tocou um pouco de Purple Rain. Quando o Jota era banda de cover, a gente tocou muito ‘Kiss’.

No começo de carreira do jota Quest vocês tocaram muitos covers de outras bandas na noite até conseguir espaço para apresentar som autoral. Se o Jota Quest estivesse começando hoje participaria do SuperStar e reality shows  de bandas? Como você avalia a importância desses programas para a atual cena musical?
Flausino –
Bicho, quando o Jota começou, agarramos todas as oportunidades que pintaram. Claro, o investimento em bandas pop rock era outro. Hoje, a gente se jogaria nos reality shows como o SuperStar e afins para mostrar nosso som para mais pessoas, sem dúvida.  As bandas precisam meter as caras e aproveitar essa vitrine.

O que você destaca no novo álbum “Pancadélico”?
Flausino –
A gente fez esse ábum ainda melhor do que o último. O “Pancadélico” é um segundo tempo da volta do black, soul, funk, pop que caracteriza o Jota. Ele é ainda melhor que “Funky Funky Boom Boom” porque já é o segundo com o mesmo produtor americano Jerry Barnes e novamente a participação mais que especial do Nile Rodgers, além do baixista do Jamiroquai. Esse álbum é um pouco do espirito do Jota Quest em 20 anos de carreira. Dessa vez a gente colocou três canções, músicas mais lentas. Diferente do último.

Fala um pouco das participações do álbum
Flausino –
Bem, pra começar a gente teve pela segunda vez o presente da participação do Nile Rodgers. O cara é fera e trabalhou com gente da pesada: Madonna, David Bowie, INXS, Duran-Duran, Mick Jagger solo e, mais recentemente, o Daft Punk em parceria com o Pharrel Williams. É um cara  gentil e musical. Ele sabe fazer música para cima e comunicativa, a cara do Jota Quest.

O DJ Hum é um cara gente fina que a gente já vem se relacionando faz um tempo. Eu e meu irmão Wilson Sideral participamos da faixa ‘Motirô’ com o Thaide. No show, o DJ Hum vai colocar a turma pra dançar antes do nosso show. E ele sabe como ninguém deixar a vibe que a gente precisa nos shows.

A Anitta é muito jovem, mas já cantava na noite e  tem que ser observada por todos com muito carinho. Velho, ela é muito afinada. Outra coisa, a Anitta começou no funk carioca, mas esse último álbum dela coloca ela na prateleira do pop para ser ouvido e curtido em todo o planeta. Além disso, ela se joga, trabalhadora pra c@*#@&ˆ. Agora ela está com programa próprio e está mostrando mais uma vez que canta tudo. Olha, Anitta não é passageira, viu? Ela sabe bem o que quer e está muito conectada na web e com o público. 

E o Jota Quest formado por homens casados e com filhos, vocês estão conectados com esse novo público de fãs de 15 a 20 poucos anos?
Flausino –
(Muitos risos). Olha, eu nem sei responder bem isso. Eu acho que o Jota nunca pensou na idade de quem pode nos curtir. Foi natural. Os nossos últimos álbuns foram pra cima. Voltamos para a nossa ‘gema’. E isso deve de certa forma ter nos conectado novamente com jovens. Mas você tem razão. Sou pai de dois filhos e minha rotina já é mais responsável. Mas, sabe, a gente não perdeu a conexão com nosso lado jovem e também se dá muito bem com aquele cara que curte baile e leva a família, saca mano?

Falando em família, você tem uma relação musical muito forte com os seus irmãos, né?
Flausino –
Sim. O Sideral sempre foi um parceiro. Nesse novo álbum do Jota, ele voltou com tudo assinando co-autoria em “Blecaute” e “Beijos de Paris”. A “Pra Quando Você Se Lembrar de Mim” é inteiramente dele e já tinha gravado, mas a gente tinha que regravar. É maravilhosa. A gente também tem o projeto de shows cantando Cazuza. Fazemos isso para prestar homenagem e se divertir juntos. É sempre muito bom estar com ele. O Landau é um cara mais diferente musicalmente. Curte de Metallica e Raul Seixas no jeitão dele. Sempre que é possível a gente arma coisas juntos.

O Jota Quest já cantou  “fácil, extremamente, fácil pra você e eu e todo mundo cantar junto” e agora diz que “a vida não está mais fácil pra ninguém”. Esse trocadilho é intencional? O que mudou no Jota Quest nesse tempo de uma música para a outra?
Flausino –
Cara, que curiosa essa pergunta. A gente não mudou muito. Seguimos otimistas com astral elevado e querendo divertir a galera. No Brasil, já passamos por muitas crises e devemos passar por outras. Lá fora também há problemas. O lance é saber sair da crise. Voltando as letras, a gente virou meme na web com a letra de “Fácil”. A turma manda perguntar para o Jota Quest quando que vai ficar “fácil, extremamente fácil” (risos). A poética dessa música é justamente o contrário. “Um dia feliz, ás vezes é muito raro”. Eu quero uma canção fácil pra gente cantar junto porque é mais gostoso, o dia fica mais legal, mais leve. Mas aí as pessoas usam a letra como jargão para tudo.
Rogerio Flausino
Já “A Vida Não Está Fácil Pra Ninguém” abre o novo álbum. A letra é uma parceria com Arnaldo Antunes e o Nile Rodgers toca guitarra. Ela abre o show convidando a galera. Trata-se de um cara chamando uma mina pra trazer as amigas pra dar um rolê e pra ficar relax já que a vida não está fácil pra ninguém. Há uma diferença de tempo, mas o bom astral do Jota está presente nas duas fases. A gente tenta fazer nossa parte com alegria.

E faz a parte de vocês de diferentes formas. No Facebook vocês estão leiloando uma guitarra autografada para ajudar o garoto Romerinho, né? Fala sobre isso.
Flausino –  
O Romerinho é um garoto incrível. Ele sofre de Leucemia Linfoide Aguda (LLA).  Para conseguir manter o tratamento, uma turma na internet lançou a campanha #SomosTodosRomerinho, que busca arrecadar fundos para o tratamento do garoto nos Estados Unidos. O custo previsto é de US$ 250 mil, aproximadamente R$ 1 milhão. Aí a gente armou esse leilão da guitarra na internet. Claro que a gente fez uma doação também, mas muita gente se interessou em ajudar e dizia que o assunto tinha rodar pra todos ajudarem. Entra lá no Facebook e faz um lance. A gente vai levantar essa grana pelo moleque. É um negócio raro. Difícil.

Voltando para a música, vocês sempre tiveram essa pegada funk pop e talvez não fique evidente a influência das bandas de Minas Gerais. Essa influência existe? O que tem na água de Minas Gerais para ser um Estado tão musical?
Flausino –
Ah, existe muita coisa. Eu sou fã pra @•&#  da obra do Clube da Esquina e do Milton Nascimento. Os caras do Skank são demais. Eu teria que ficar um tempão aqui te falando das músicas desses caras que eu adoraria ter composto. Apesar da sonoridade diferente, eu acho que a turma de Minas Gerais tem em comum o jeitão de ficar quietinho, na boa, tentando tirar o melhor das situações. O Jota Quest é um pouco menos quietinho e adoramos fazer barulho e usar roupa colorida, mas a gente é muito mineirinho na onda de levar boas vibrações.

SERVIÇO

O show de abertura será do paulistano DJ Hum

A turnê é baseada no repertório do álbum, “Pancadélico” (Sony Music), com colaborações de Nile Rodgers, Anitta, Arnaldo Antunes e Stuart Zender (ex-Jamiroquai). A banda apresenta as novas músicas: “A Vida Não tá Fácil pra Ninguém”, “Sexo e Paixão”, “Mares do Sul”, “Sendo Assim”, “Um Dia pra Não se Esquecer” e o sucesso “Blecaute”.  A banda ainda homenageia Stevie Wonder com uma versão do clássico “Higher Ground” e toca seus maiores hits como “Na Moral”, “Só Hoje”, “Dentro de um Abraço”, “Fácil” e “Encontrar Alguém”, entre outros. No palco, os telões de alta definição, terão entre outras programações visuais, animações criadas a partir das artes dos grafiteiros OsGemeos, que assinam a capa do álbum. A direção visual está a cargo do Mir Estúdio de Tecnologia Criativa, de Belo Horizonte.

 Show: Jota Quest – “Pancadélico Tour”

Data: 07 de maio (sábado)

Horário: 23h

Local: Espaço das Américas

Endereço: Rua Tagipurú, 795 – Barra Funda

Ingressos:

Pista – R$45 (meia) / R$90 (inteira)

Pista Premium – R$70 (meia) / R$ 140 (inteira)

Venda Online: https://www.ticket360.com.br/evento/5330/jota-quest-tour-pancadelico-2016

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Créditos: divulgacao

 

 


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