Lollapalooza Brasil 2013 - Sábado
Créditos: divulgacao
Criolo não é rapper. É o que muito se diz nas rodas de discussão sobre a obra do cantor, tanto de fãs do movimento hip hop nacional quanto da mídia especializada. De fato, o show que paulista Kléber Gomes apresentou no palco Alternativo, do festival Lollapalooza, neste sábado (30), é uma mistura de reggae, samba, pop, afrobeat, black music, brega, e forró, tudo diluído em rap.
Porém, a veia hip hop do cantor é explícita em suas letras, como a boa Vasilhame e a confessional Ainda Há Tempo, além de sua forte presença de palco, domínio do público e ‘tom político’ em suas declarações. “Muito boa noite a todos. É importantíssimo celebrar a música, a juventude, a vida de vocês. É um momento mágico. Sobretudo no nosso País, tão musical e desigual. Podemos ter esta noite algo a se pensar”.
Ao lado do Dj Dan Dan e de Daniel Ganjaman, Criolo mostrou faixas de seu álbum de canções Nó na Orelha (2011) e Ainda Há Tempo (2006), e foi favorecido pela baixa concorrência. No mesmo horário em que ele se apresentou, havia em ação apenas o DJ francês Madeon e a banda A Perfect Couple.
O show foi pautado pelo recém-lançado DVD Nó na Orelha ao Vivo no Circo Voador, lançando em janeiro no esquema ‘pague o quanto quiser’. A balada Não Existe Amor em SP e o brega Freguês da Meia Noite fizeram o público vibrar. Durante o hit Grajauex, que fala sobre o bairro em que o cantor nasceu, o Grajaú, Criolo aproveitou a ensejo para protestar.
“Fora Feliciano”, disse, pedindo a saída do Deputado Federal e Pastor Marco Feliciano (PSC) da Comissão dos Direitos Humanos. O momento foi recebido com entusiasmo pelo público, que respondeu em coro “Fora, fora!”.
As conhecidas Bogotá e Subirusdoistiozin animaram a empolgada plateia, que acompanhou atentamente cada movimento do rapper com todas as letras na ponta da língua. “Paz, amor, saúde e prosperidade. Dias melhores! E que o nosso País possa se transformar numa nação”, disse antes de deixar o palco ao som de Vasilhame.
