Veja fotos do show do Batida no Mimo 2015

Liderado por Pedro Coquenão, grupo de Angola se apresentou no Mimo 2015 nessa sexta-feira (13)
Liderado por Pedro Coquenão, grupo de Angola se apresentou no Mimo 2015 nessa sexta-feira (13)
Créditos: Osmar Portilho

Sem alarde, Pedro Coquenão subiu ao palco montado no Parque Lage, no Rio de Janeiro, na noite dessa sexta-feira (13). Criado em Portugal, o produtor, músico e radialista nascido em Huambo, na Angola, fez uma entrada discreta e logo mostrou ao público por que estava ali com o Batida. Só o fato de falar português já ajudou o luso-angolano a explicar seu show antes da música começar.

“Antes de falar da parte positiva, vamos falar de algo não tão positivo. Há muito amor em Angola pelo Brasil. Em Portugal também. Tudo o que é feito aqui é muito apreciado. Em Angola, há muitas tensões e muitos problemas. Há muitas manifestações e todas têm sido reprimidas”, afirmou o músico, que carregou o tomo político consigo durante toda a apresentação, sempre de forma didática, seja na letras, nas imagens do telão ou na dança.

Liderado por Pedro Coquenão, grupo de Angola se apresentou no Mimo 2015 nessa sexta-feira (13)

Osmar Portilho Pedro Coquenão

Se na parte política o discurso do músico era claro, é difícil explicar a sonoridade. E isso é muito bom.

Não existem amarras e regras. Coquenão possui uma espécie de “playground” sonoro no palco. Uma plataforma reúne uma vitrola, um controlador de samplers e diversos instrumentos que são revezados ao longo do show, que ainda conta com um baterista, vocalistas e dançarinas.

Batida tem sem DNA a música negra dos anos 70, o groove e a dança swingada, mas a cada compasso deixa influências entrarem por todas as brechas, passeando pela música eletrônica com a mesma propriedade.

“Música e dança são a mesma coisa”, disse Coquenão, prontamente correspondido pelo Parque Lage, já cheio, agora com uma maré dançante.

No palco, as interações acontecem das mais diversas maneiras. Podem vir por meio de uma coreografia, onde um dançarino veste farda militar e as batidas simulam tiros e explosões, ou simplesmente em uma figura com o rosto do presidente de Angola, José Eduardo do Santos, que está no poder desde 1979, criticado por Coquenão por seu isolamento.

Batida mostra que música não só pode caminhar com dezenas de gêneros em um mesmo compasso, mas que o seu papel social de ser uma mensagem também tem espaço.
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