Com o visual andrógino de costume e seu clássico lenço no pedestal do microfone, Steven Tyler subiu ao palco do Monsters of Rock acompanhado por sua banda, o Aerosmith, na noite deste domingo (20), em SP, para encerrar a quinta edição do festival no Brasil. A banda norte-americana abriu o show com Back in the Saddle, do álbum Rocks (1976), seguida por Love in an Elevator, do disco Pump (1989) e Toys in the Attic, do homônimo lançado em 1975

“Oi São Paulo, é um prazer estar aqui. Vocês sentiram a nossa falta, assim como nós sentimos saudades de vocês?”, disse o vocalista ao público, que por sua vez respondeu com muitos gritos e palmas. Aos 65 anos, a vitalidade e disposição de Tyler são destaques da apresentação. Sem perder o folego, ele corre de um lado ao outro do palco, dança, pula, toca gaita e carrega seu inseparável pedestal. 

O Aerosmith em cena é representado, em sua formação original, apenas Tyler e o guitarrista Joe Perry. Completam o time Brad Whitford (guitarra), David Hull no baixo, substituindo o titular Tom Hamilton, doente, Joey Kramer na bateria e ainda o tecladista e cantor Russ Irwin. E os Toxic Twins, ou Gêmeos Tóxicos, como Tyler e Perry eram chamados nos anos 1970, não decepcionaram. A dupla esbanjou vitalidade, entrosamento e presença de palco, marca registrada da banda.

A apresentação seguiu com Oh Yeah, single do mais recente álbum da banda, Music from Another Dimension!, lançado em 2012. Além dos sucessos Pink, Dude (Looks Like a Lady) e Rag Doll, que Tyler cantou ao lado de um grupo de fãs que conferia a apresentação no canto do palco. Em Combination, Perry fez um belo solo e assumiu os vocais enquanto Tyler ajudava Kramer na bateria. 

Mas foram os grandes sucessos como Cryin’, Jaded e Walk this Way que levantaram o público e criaram uma atmosfera apoteótica na Arena Anhembi. Nas baladas como I Don’t Want to Miss a Thing, muitos fãs se emocionaram enquanto erguiam celulares e isqueiros que iluminam a multidão formada por 50 mil pessoas. Após Eat the Rich, uma fã jogou um suitã no palco. Muito brincalhão, Tyler o recolheu e perguntou ao companheiro Perry se ele era o dono da peça íntima. 

E quando o show parecia caminhar para o encerramento, surgiram surpresas. Uma bela versão de Come Together, dos Beatles, levantou o público – que a banda regravou para o registro ao vivo Live! Bootleg (1978). Em seguida, Perry tocou acordes de Whole Lotta Love, do Led Zeppelin, cantada por Tyler e toda a plateia. No primeiro bis, o vocalista retornou ao palco sozinho para mostrar o hit Dream On no piano, enquanto fotos da cidade de SP são exibidas no telão. Em seguida Perry entra em cena e, para delírio da plateia, faz seu solo em cima do piano.  

No segundo bis, a banda retornou para tocar o clássico Sweet Emotion, que não poderia ficar de fora. Enquanto os fãs imploravam por mais uma faixa, Tyler parecia não querer deixar o palco. Fez pose para a câmera e ameaçou voltar ao microfone algumas vezes. Dois anos após a última passagem do Aerosmith por São Paulo, o show deste domingo veio para encerrar em alto nível o festival e mostrar que nunca se é velho demais para fazer boa música. 

A turnê brasileira do Aerosmith começou na última terça, quando tocaram em Curitiba. No dia 18, apresentaram-se no Rio; neste domingo encerraram o Monsters of Rock, em São Paulo, e no dia 23 se despendem do país com show em Brasília.

Veja o set list completo: 

Back in the Saddle
Love in an Elevator
Toys in the Attic
Oh Yeah
Pink 
Dude (Looks Like a Lady)
Rag Doll
Cryin’
Last Child
Jaded
Combination 
Eat the Rich
What it Takes
Livin’ On The Edge
I Don’t Want to Miss a Thing
No More, No More
Come Together – Cover
Mother Popcorn/Walk This Way
Dream On
Sweet Emotion 


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Monsters of Rock: Com cover de Beatles e muitos hits, Aerosmith faz show apoteótico em SP

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