Chega às lojas esta semana o novo álbum de Lan Lan, Mi (LAB 344).
Em seu segundo disco solo, a percussionista e multi-instrumentista que já
trabalhou com Cássia Eller, Tim Maia, Cyndi Lauper, Marisa Monte e Nando Reis,
entre outros, se aproxima da música eletrônica.

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Em entrevista por telefone ao Virgula Música, Lan Lan contou
que para chegar ao resultado do disco seguiu um caminho inverso ao tradicional, preparou algumas bases para tocar ao vivo que mais tarde foram usadas para compor as faixas que seriam gravadas. Ela também lembrou histórias curiosas do tempo em
que conviveu com o exigente “band leader” Tim Maia, que, como muitos sabem, tinha o hábito de só chamar as
pessoas pelo nome, nunca pelo apelido. Ela, no caso, era tratada como “Eláine”.

“Eu sempre gostei de pintar o cabelo, fazer coisa, tatuagem,
não sei o que, e eu me lembro a primeira vez que eu cheguei no aeroporto com o
cabelo verde, o pessoal falou ‘Ih, caramba, Tim Maia outro dia botou o
guitarrista para fora porque estava de calça vermelha e você vem de cabelo
verde’. Aí eu disse, ué, sou eu, se não gostar é que não tem que ser, entendeu?
E aí ele chegou no aeroporto, me viu de cabelinho verde e disse, Eláaaine,
cabelinho da cor do skunk, hein?”, conta. Leia a entrevista, em que ela também
fala sobre sua relação com a eletrônica, a recusa ao feminismo, Cássia Eller e
outros assuntos:

O que mudou do seu primeiro disco para este, conceitualmente
e esteticamente?

Muita coisa. Acho que o passar dos anos está todo escrito,
traduzido no disco, a maturidade, o tempo de carreira, a evolução da música.
Até com o caminho da tecnologia, que cria possibilidades. A minha inquietude e
a liberdade de estar sempre trabalhando, mexendo, movendo.

Até por que eu sou criadora, sou compositora, desde que
comecei a fazer música. Eu componho acho que antes até de ser profissional
porque meu primeiro instrumento foi o violão. E desde que eu comecei a tocar eu
passei a compor, fazer canções e a criar coisas ali, naquelas seis cordas.

Depois eu fui tocar percussão, tocar bateria e virou o meu
instrumento principal, a minha veia musical toda foi através do ritmo. Então,
desde que eu comecei a tocar foi o violão que deu essa possibilidade de criar e
desde então eu estou sempre criando coisas e possibilidades de expressar a
minha música. E eu acho que esses dez anos se passaram e muita coisa mudou, a
própria velocidade hoje em dia das informações.

Eu já tinha trabalhado com eletrônica, com tecnologia há
muito tempo, quando eu fiz um trabalho que eu batizei de Pegapracapá, que eu
apresentei no Percpan, um trabalho que eu fiz com os percussionistas que tocavam
comigo na época da Cássia, o João Viana e a Thamyma (Brasil). A base do som
eram os cajóns, que é um instrumento que eu comecei a tocar desde quando eu
integrei a banda da Cássia. Foi um instrumento bem importante na minha vida, na
minha carreira.

Eu comecei a tocar cajón e é um instrumento que foi muito
propagado depois. Hoje em dia todo lugar que você vai tem um cajón, em todo
canto tem esse instrumento. E foi um instrumento que eu ajudei muito a difundir
e a apresentar a sonoridade.

E o Pegapacapá a gente fez uma mistura disso, de cajón, de
percussão, de berimbau, com eletrônica. Então nessa época o Percpan que me deu
uma oportunidade de montar esse trabalho, juntar uma galera. E eu estou sempre
ligada a pessoas e ligada ao som e ao coletivo, as informações que esta
possibilidade de estar na vida, de estar na música, de ficar tocando com muita
gente, participando, vivendo, viajando. Essa vida coletiva.

Teve algum artista que te fisgou para o som eletrônico, que
você pensou: “Não, eu quero fazer isso”? 
Você gosta de dançar, de sair?

Você sabe que é uma coisa mais… Não foi nenhum artista que
me fisgou. Foi a possibilidade da tecnologia. Como eu te falei, eu sou uma mulher
do ritmo. Como eu trabalho com ritmo, as possibilidades, a coisa prática também
me indicaram esse caminho.

Esse disco, quando eu comecei a fazer, eu recebi um convite
do Sesc Brasil Instrumental para apresentar um trabalho, um show e aí eu reuni
uma turma. Já tinha trabalhado com eletrônica porque nesse trabalho lá do
Percpan que foi antes até do primeiro disco solo, foi acho que em 2000. Nesta
época eu estava tocando com a Cássia ainda. E a gente reuniu este trabalho com
as percussões e a gente chamou (Alexandre) Kassin e o Berna (Ceppas) para fazer
a parte eletrônica. Então, eu já sabia da possibilidade que era. Porque a gente
já tinha experimentado, a gente já tinha tocado com três cajóns, eu, Thamyma e
o João, a equipe lá do Pegapacapá. E a gente tocava os instrumentos, brincava
um pouco com isso.

Eu já tinha esse conhecimento na minha memória. Com o passar
dos anos, essa tecnologia e essas possibilidades aumentaram em uma velocidade
muito grande. E como eu sou uma multi-instrumentista isso me deu uma
possibilidade de fazer coisas com formatos mais compactos também. O que
facilita para hoje essa vida da gente de viajar, de tocar, de não ter mais
tantas possibilidades de vender disco, tudo se concentra no show, o que para
mim é ótimo, eu sempre gostei dos shows, eu sou uma mulher do palco. Sempre
gostei de tudo ao vivo ali. Mas eu também gosto de trabalhar no estúdio, então
é uma mistura de tudo isso.

Então, não foi nenhum artista específico, mas foi essa
possibilidade de amplificar e ampliar a mim mesma. Porque eu fui fazer um show
depois desse Sesc Instrumental, que eu até batizei de Lan Lounge, por já estar
mexendo com eletrônica, por já ter um DJ ali junto. Eu toco muitos instrumentos
e não tenho possibilidade de no show estar tocando todos ao mesmo tempo porque
eu só tenho duas pernas, duas mãos e uma boca. Eu fiz essa mistura para criar
um “loop” (frase musical que se repete ciclicamente) do meu som, tocar um
pandeiro e deixar ele tocando, ou programar um cajón e deixar ele tocando e
depois tocar um violão em cima, tocar uma bateria em cima, um berimbau. Essa
possibilidade de multiplicar e se ampliar, amplificar, que me encantou.

E aí eu fui para
Europa fazer esse show em alguns lugares acompanhada de uma DJ que foi a Carol
Monte
. E eu e ela só no palco, com a possibilidade da tecnologia, de ampliar,
gravar e programar muita coisa, a gente conseguiu reunir o repertório e s gente
fez um show bem compacto. Um formato que foi muito prático também para viajar e
apresentar o trabalho.

Quando eu voltei desse show, que a Carol me acompanhou lá, a
gente foi para o estúdio e como eu já tinha as bases de muitas músicas…. Na
verdade foi o processo inverso, eu comecei a fazer ao vivo e depois, com as
bases e com as coisas que eu já tinha desses shows, comecei a fazer o disco e aí
inclusive as canções que foram surgindo nesse processo todo. Aí eu comecei a
produzir o disco e batizei com o decorrer do tempo, tudo, esse Lan Lounge virou
o disco Mi.

Ela me Falou

Mi é você mesma?

Mi sou eu e também é uma palavra em iorubá, eu sou baiana,
percussionista e baterista, então, eu estou muito ligada também a essa raiz, da
língua iorubá, da religião e do ritmo da coisa africana. Então, eu estava com o
livro para língua iorubá e eu percebi que a palavra “mi” mudando o acento
significava várias coisas. O sentido todo dessas coisas que significava o mi na
língua iorubá, era a atmosfera que estava em torno do som, das músicas, das
melodias, das letras e do ritmo principalmente.

Que é assim, mi quer dizer mim, com o acento agudo, mí, quer
dizer respirar e com o acento oblíquo mì quer dizer sacudir, balançar. E é tudo
que o disco é: Mim que é autoral, eu que sou cheia de facetas, estou sempre
envolvida em muita coisa, tocando com muitas coisas, é um trabalho que fala de
mim, da minha pessoa, de modo natural e pessoal.

E também por isso, por falar da respiração que é o pulso, o
que move a minha vida. Eu sou uma pessoa do ritmo. E sacudir, balançar. Eu
achei que tudo isso era o sentido do trabalho. Que é bem solar, tem umas
percussões muitos fortes.

E as possibilidades da eletrônica, dos filtros e
processadores, que estes meninos me apresentaram, o (Fernando) Deeplick, que é
o mago dos estúdios e a Carol que eu comecei a produzir. Eu fiz três músicas
com a Carol e depois eu fui para São Paulo e terminei o disco com o Deep que
dirigiu toda a produção comigo.

Então, assim, essa possibilidade de ampliar os sons e de
pegar um pandeiro e passar essa tecnologia, filtros, essa coisa toda de
aparatos tecnológicos, de pegar um som, misturar, processar e fazer daquilo uma
batida. Eu toco o pandeiro, ele passa no computador e mexe no som. Eu toquei o
pandeiro, ele é vivo, sou eu, mas ele passa pelo computador, processa, passa os
efeitos, os plug-ins (programas) e ele vira uma bateria eletrônica, como se
fosse uma bateria eletrônica.

Tudo isso está ali, essa possibilidade que me encantou, não
foi um artista específico ou um som que eu ouvi que eu me inspirei, apesar de
eu estar sempre me inspirando e aprendendo com todo mundo. Eu sou uma pessoa
que respiro e vivo para música há muitos anos.

Dos artistas com quem você trabalhou, com quem você mais
aprendeu?

Não teve um específico com quem eu aprendi mais ou menos. Eu
acho que a gente está sempre absorvendo, eu sou uma pessoa que observa, eu sou
uma pessoa que está fazendo pulso, fazendo ritmo, fazendo a base, é um
batimento cardíaco que vai movendo tudo. Então, eu estou sempre atenta a tudo.

Acho que absorvo pelo sangue, pelo olfato, pela audição,
principalmente pela audição. Pela linguagem, pela mensagem, eu também sou muito
ligada na poesia, nas coisas, o que quer dizer tudo. Eu estou sempre curiosa
com tudo, eu componho, faço letra, faço música, faço melodia, então estou
sempre ligada em tudo.

Eu não posso dizer que eu aprendi mais com Cássia Eller, com
Cindy Lauper, Tim Maia, com (Carlinhos) Brown, com Nando (Reis). Eu acho que a
gente vai aprendendo com vida e com a música. Acho que a música sempre esteve
em volta de mim, eu sempre fui de estar vivendo, absorvendo e vivendo o
coletivo disso tudo. E a gente vai absorvendo as influências, vai amadurecendo,
mas não tem uma ou outro mais, nem outro menos. Tudo é música, tudo é som e vai
entrando nos meus ouvidos…

O Tim Maia era muito figura mesmo?

Muito figura mesmo.  Ele nunca me chamou Lan Lan, só me chamava de
Eláaaine. Ele tinha essa coisa de só chamar a pessoa pelo nome todo. E não era
nem Elaine, mas eu nunca falei isso para ele. Eu lembro que na escola, quando
alguém falava Eláine, eu falava Elaine. Mas o Tim tava valendo, era até bonito,
ele falava Eláaaine Silva Moreira, não sei o que. Ele brincava comigo, contavas
as histórias das escolas de samba.

A gente ficou pouco tempo junto, foi meio a reta final dele
de vida, mas foi muito bacana. A gente teve uma química boa. Ele me convidava
para ir ao quarto dele nas viagens que eu fiz com ele para conversar e falar de
música, falar da vida.

E era muito gozado. Eu sempre gostei de pintar o cabelo,
fazer coisa, tatuagem, não sei o que, e eu me lembro a primeira vez que eu
cheguei no aeroporto com o cabelo verde, o pessoal falou “Ih, caramba, Tim Maia
outro dia botou o guitarrista para fora porque estava de calça vermelha e você
vem de cabelo verde”. Aí eu disse, ué, sou eu, se não gostar é que não tem que
ser, entendeu? E aí ele chegou no aeroporto, me viu de cabelinho verde e disse,
Eláaaine, cabelinho da cor do skunk, hein?

Incendeia Ogan

Como que ele te chamou para tocar com ele?

Eu não me lembro, é tanta coisa que acontece. Eu não me
lembro exatamente, alguém indicou. Aí me ligaram, uma pessoa que trabalhava com
ele, acho que era secretária. Enfim, ela me ligou, se eu podia fazer um show
com Tim em tal lugar, tarará, combinou tudo, acertou. O ensaio era na casa dele
no Recreio e aí tinha várias histórias que eu ouvia das pessoas.

De um baterista que foi tocar com ele e ele chamou para
ensaiar na casa dele. Aí o cara montou toda bateria e ele ficava no quarto. E o
Tim Maia nunca aparecia. Uma pessoa vinha e falava assim, o Tim já está vindo
aí, ele falou para você esperar e ir tocando que ele já vem. O cara acabou de
montar a bateria e foi fazer aquela conferida ali de baterista (imita um solo
de bateria), o cara deu umas viradas. Aí daqui a pouco vem a mulher, a
secretária e diz: “Olha, o seu Tim disse que tu pode desmontar a tua bateria e
ir embora”. Ele nem apareceu, ele ouviu do quarto cinco minutos de esquenta do
cara e já viu que não era para ele.

Tinha essas histórias já, então quando eu cheguei na casa
dele, eu pensei, ih, caramba, alguma coisa vai acontecer. E ele aparecia, eu
estava lá com a Vitória Régia (banda do Tim) e já estava valendo a experiência.
Se eu não quisesse arriscar e tivesse medo da vida e da música, eu não tinha
escolhido tocar bateria e percussão. Eu, mulher, comecei na música quando não
tinha quase nenhuma mulher.

Eu nunca tive esse grilo, esse medo. Então, me joguei mesmo.
Fui lá, montei minhas coisas. Ele mandava os recados, começamos a fazer o
ensaio, falou uma coisa ou outra. Tinha todo esse folclore de que as coisas
aconteciam e aconteciam mesmo, dele não gostar, não ir com a cara de alguém,
mas eu acho que não era só a calça vermelha ou o cabelo verde, acho que é a
energia. Deve ter outras coisas ali.

Mas a gente se deu superbem, alguém me indicou e deu
supercerto. Tanto que depois eu não pude continuar, eu fiz uns dez shows com
ele e depois me ligaram para fazer um show e eu não pude. Acho que eu já estava
tocando com a Cássia e aí começou a turnê e eu não podia fazer o show. Aí eu
falei que não podia, que já estava com a Cássia e tal. Ela me ligou e disse,
porra que pena, mas menos indique uma menina, que ele não quer mais tocar com
homem, ele queria outra percussionista mulher.

Aí que eu indiquei a (dinamarquesa) Leg (Ringsted), que é
uma menina que tocava congas e tal. Que eu sabia que ia fazer bem o trabalho
dele porque ele era muito exigente. Ele passava as coisas, sabia o que queria.
Era muito musical, então, ele dizia toca isso, toca aquilo.

Ele tocava todos os instrumentos, então eu sabia que eu
tinha que apresentar uma menina competente boa, que fosse dar conta do recado,
se não também ia acabar sobrando para mim. Porra, Eláine…

Aí eu indiquei a Leg, acho que ela fez dois, três shows com
o Tim e ele faleceu.

Falando nesse lance de ser mulher, você se considera
feminista e acha que isso reflete no seu som?

Não, não me considero e odeio essas coisas de gueto,
feminismo, machismo. Igual eu sou na música eu sou multifacetada, eu toco um
monte de instrumento, eu mexo com um monte de coisa, eu gosto de ter liberdade
para fazer o que eu quiser fazer, a hora que eu quiser fazer. É o que eu sempre
tive na vida, liberdade de fazer.

E graças a Deus eu tive oportunidade de estar sempre fazendo
coisas boas, de escolher, que eu acho que tudo é uma questão de escolha. Eu
sempre escolhi. Tanto que quanto eu recebi o convite do Tim eu escolhi aceitar
e estar lá, mesmo sabendo de muitas histórias, muita gente que não deu certo
com ele. Eu fui e foi uma história bacana.

Então, eu sou assim na vida. Eu não sou feminista. Eu gosto
de música e acho que a mulher pode fazer o que quiser. Ainda mais hoje em dia,
a mulher faz tanta coisa…

Se você tivesse que definir sua missão na música, você
conseguiria?

Eu sou uma mulher do ritmo. Uma coisa que eu gosto muito de
dizer é que quando eu estou no palco, que é onde eu mais estive essa minha vida
toda, em cima do palco ou no avião viajando para fazer show em algum lugar, o
que eu mais gosto de ver, o que mais me emociona é ver o balanço do corpo das
pessoas. O meu pulso, o ritmo que eu estou produzindo, a música que eu estou
fazendo…

Minha missão é levar a música, levar o ritmo para as
pessoas. E eu acho que a música é uma linguagem. Essa vida seria muito sem
graça sem música, repetindo uma frase. Minha mensagem é essa, eu sou uma
mensageira da música. E me emociona e me deixa muito feliz quando eu tenho um
retorno. Ou alguém dançando porque o meu ritmo fez aquele corpo ali dançar,
balançar, sacudir, ou alguém que está triste porque alguma coisa ali te
lembrou. Emocionar, mexer, mover. Acho que é isso que eu faço na música e o que
eu passo através dela, o que mais me alegra e ver essas reações das pessoas.

Você fez parte de um momento grandioso da música brasileira
com a Cássia Eller. Qual você acha que tenha sido o maior legado deixado por
ela?

(Silêncio) Cara, acho que o maior legado da Cássia. Fora
toda a obra dela, é a liberdade toda com a qual ela sempre trabalhou. A Cássia
era uma artista única e expressava o que ela sentia. Ela não estava preocupada,
nunca pensava no politicamente correto. E eu acho que o maior legado e a
própria obra dela. E o Chicão, que é o filho, que tem o jeito dela, é a cara
dela. Eu acho impressionante essa coisa de filho, de DNA, de você ver que ele
ficou com ela até os 8 anos e tem o mesmo jeitinho, o mesmo coração generoso.
Aquele jeito educado, simpático, que ela tinha…

Acho que a música dela que está aí, para todo mundo ouvir,
as escolhas que ela fez, o que cantar, acho que todo o repertório, todo o
movimento que ela fez na vida. A Cássia foi um raio que passou não só pela
minha vida, mas de todo mundo. Um raio de luz, de música, de eletricidade, que
deu um choque na sociedade também, sabe?

Ela foi sempre, naturalmente, sem querer levantar nenhuma
bandeira, nenhum movimento, ela foi fazendo ali, quieta, do jeito dela, do
jeito mais quieto possível, sem querer fazer muita fanfarra com as coisas, as
ideias, as opções, ela com aquele jeitinho, ela foi fazendo uma revolução. E
acabou que depois que ela faleceu, a Eugênia ganhou a guarda do Chicão e as
coisas continuaram a romper, a acontecer.

Cássia Eller e Nação Zumbi, Quando a Maré Encher


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‘Mulher do ritmo’, Lan Lan lança disco eletrônico e lembra ‘causos’ de Tim Maia