Divulgação Explosions in the Sky

Uma das bandas mais conhecidas do post-rock atualmente, o Explosions in the Sky sobe ao palco do Cine Joia, em São Paulo, nesta quarta-feira (18). O show comemora os 15 anos de estrada do grupo, que impressiona por suas pequenas sinfonias catárticas compostas a partir de três guitarras e uma bateria.

Em entrevista ao Virgula, o guitarrista Mark Smith falou sobre o que a banda está preparando para essa passagem pelo Brasil, a escolha de adicionar um baixo nas apresentações ao vivo e as mudanças da indústria da música nos últimos 15 anos. Ele ainda soltou uma ótima notícia: depois de quatro anos sem lançar um disco, o Explosions está com um álbum prontinho para ser lançado. Vem dar uma olhada:

The Only Moment We Were Alone

Como é poder viajar até outro país para comemorar o aniversário de 15 anos da banda?

Somos e sempre seremos gratos pela música nos permitir viajar pelo mundo. A gente nem pensava nessas coisas quando começamos a banda 15 anos atrás, mas é muito incrível quando cada dia acordamos em uma nova cidade e sabemos que tocar a música que amamos é o que nos trouxe até aqui.

O que vocês gostam de fazer quando estão em turnê e acaba sobrando algum tempo livre?

Nós fomos até a América do Sul uma vez só e já foi fantástico, então esperamos poder ver muito mais agora. Nas primeiras vezes que vamos para algum lugar novo somos turistas como qualquer um – queremos ver as paisagens, os pontos turísticos e os lugares famosos da cidade, comprar souvenirs e tirar fotos. Tem gente na banda que gosta de correr, então isso rola, também. É um jeito bem legal de se ver as diferentes partes da cidade.

O que motiva vocês a fazer música instrumental?

Nossa, essa pergunta tem muitas respostas… A gente começou por esse caminho porque nenhum de nós é um cantor nato. E na época nós estávamos ouvindo um monte de bandas que já faziam isso: Dirty Three, Mogwai, Tortoise… Então na verdade não pareceu tão incomum pra gente montar uma banda instrumental, já que a música instrumental nos impressionava tanto quanto ou mais ainda que a música com vocais. A música instrumental pode ser tão expressiva e poética quanto a música com vocais – é só olhar para os séculos que temos aí de música clássica.

Divulgação Explosions in the Sky

15 anos atrás a indústria da música era completamente diferente – não existia o streaming e nem o YouTube, por exemplo. O que vocês acham desse cenário atualmente? E, como consumidores, como vocês costumam ouvir música hoje em dia (Spotify, MP3, CDs)?

Pois é, é muito doido ver como tudo isso mudou. Até mesmo desde o lançamento do nosso último álbum, em 2011, as coisas já mudaram bastante. Eu não escuto um CD há anos. Gosto bastante de ouvir discos de vinil e ainda compro música nesse formato, mas como muita gente eu ouço música por streaming na maioria das vezes. É muito louco e ao mesmo tempo empolgante como qualquer música que eu queira ouvir eu posso achar em questão de segundos. Sei que tem várias questões que precisam ser trabalhadas no que diz respeito ao preço justo e ao direito dos artistas, e é lógico que eu espero que a gente siga nesse caminho, mas aceito que o streaming é o que mais se parece com o futuro da música e estou feliz em me adaptar a ele porque adoro ouvir música dessa forma no meu dia a dia.

Agora, pra nós como banda é muito fascinante quando pensamos em lançar um álbum. Não existe mais aquele foco só nas vendas do disco. A gente só quer que as pessoas ouçam a nossa música (através de qualquer meio que elas tenham escolhido, seja por streaming, YouTube ou CD), se sintam empolgadas com aquilo e tenham vontade de ir nos nossos shows. Mas nós ainda trabalhamos com bastante consideração e carinho na cópia física do trabalho, imaginamos versões incríveis de LP e CD e esperamos que as pessoas queiram tê-las também.

Agora, sobre os shows. Como vai ser o setlist?

Como esses shows marcam nossos 15 anos de banda, a gente vai tocar músicas de todos os nossos álbuns (só talvez não do primeiro). Como nós estivemos aí só uma vez, esperamos que várias pessoas vejam essas músicas ao vivo pela primeira (ou segunda) vez.

Originalmente vocês são um quarteto, mas nos shows se apresentam em cinco pessoas. Que diferença isso faz para a música de vocês ao vivo?

Desde o nosso último álbum, começamos a colocar mais partes nas músicas – mais do que conseguimos tocar em quatro pessoas. São partes de baixo, piano, percussão e samples que precisam ser acionados. Então pedimos pro Carlos Torres, um dos nossos melhores amigos, tocar com a gente ao vivo. Munaf, Michael e eu crescemos com o Carlos no Texas e já tínhamos tocado com ele antes, então foi uma coisa muito natural. Ele toca todas essas partes adicionais com a gente quando nos apresentamos ao vivo, mas uma coisa que nenhum de nós tinha percebido antes é como ele traz muito mais: ele é incrível no palco, tem uma energia maravilhosa que nós temos sorte de poder compartilhar.

O último álbum da banda saiu lá em 2011. Vocês pensam em lançar algum material novo em breve?

Pois é… Faz tempo mesmo, mas a gente vem escrevendo, trabalhando e mixando e estamos com um novo álbum pronto, na verdade. Ainda estamos acertando a data de lançamento, mas vai ser em 2016, esperamos que mais para o começo do ano.

Divulgação Explosions in the Sky

SERVIÇO

Popload Gig com Explosions in the Sky

Local: Cine Joia
Data: 18 de novembro, quarta-feira
Endereço: Praça Carlos Gomes, 82 – Liberdade
Horário: abertura das portas: 20h; horário show: 22h
Classificação etária: 18 anos
Ingressos: R$ 90,00 (meia) e R$ 180,00 (inteira)


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"Música instrumental pode ser tão expressiva quanto a com vocais", diz Explosions in the Sky

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