Seu Jorge

Seu Jorge

Em entrevista para divulgar seu novo disco Música para Churrasco Vol. 2., Seu Jorge comentou sua fala polêmica de que se recusava a tocar em favelas. “Custei muito a sair de lá. De levar porrada de policial, de viver num lugar com esgoto a céu aberto. As pessoas podem ser felizes lá por causa das relações que criam, da família. Mas não é bom morar em favela. Não toco porque não quero dar tapinha nas costas de traficante e miliciano. Trabalhei muito pra chegar onde estou e não quero ver aquilo de novo”, afirmou ao jornal carioca Extra.

O músico e ator carioca, tal qual Carmen Miranda, nega o rótulo de que tenha voltado americanizado: “Não sou criticado por isso. Pelo contrário. Onde nasci, vão dizer que o negão chegou lá”. Seu Jorge cresceu em Belford Roxo, na Baixada Fluminense e chegou a viver nas ruas do Rio. Há três anos, ele mora com a mulher e duas filhas em Los Angeles.

Jorge Mário da Silva, de 44 anos, tirou o samba de foco em seu novo disco e abriu espaço para referência de soul e black music e afirmou que o segundo volume seria o momento em que os convidados estão chegando. Ele prevê ainda um terceiro volume da trilogia Música para Churrasco, com uma leva de músicas que vão acenar para as pistas de dança. 

Na entrevista com o jornal, Seu Jorge disse também que não se recusaria a tocar em uma comunidade com UPP. “Tocaria numa comunidade pacificada, mas nunca fui convidado”, disse. “Acho que vivo meu melhor momento. Mas sou artista e inacessível só no palco. Fora dele, tiro foto, converso, sem deslumbramento. Foi difícil chegar onde cheguei e agradeço pelo que estou vivendo hoje”, afirmou.

Colecionador de carros esportivos, ele falou sobre a paixão pelas máquinas. “Tenho um Porsche, e costumo viajar de São Paulo para o Rio com ele. Meu sonho agora é ter um McLaren”, contou o músico, que, além de ter um bar e uma cervejaria, é empresário de Zyan, jogador de futebol da base do Botafogo.

O músico é flamenguista, mas nestas horas, como no caso da música pop e em tudo que movimenta muita grana, convicções pessoais quase sempre são deixadas de lado.


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"Não quero dar tapinha nas costas de traficante e miliciano", diz Seu Jorge, sobre não tocar em favela