Lollapalooza


Créditos: divulgacao

Imagine-se em uma banda de rock recém-formada, de forma despretensiosa, com meia dúzia de amigos. Dois anos depois, antes mesmo de lançarem o primeiro álbum, você e seu grupo são convidados a participar da estreia de um dos maiores festivais do mundo em solo brasileiro. Chega a assustar, não é mesmo? Pois foi exatamente essa realidade que os cariocas do Tipo Uísque passaram a enfrentar desde outubro do ano passado, a partir do convite para ingressar na escalação do primeiro Lollapalooza Brasil.

Muito mais que ansioso ou tenso com a apresentação, o sexteto está feliz com oportunidade de se apresentar no evento, que tem ingressos completamente esgotados no dia da apresentação do grupo. “Caraca, a gente vai tocar no Lollapalooza!”, comemora a baixista Joana Cid.

Formada por quatro meninas – além de Joana, Pin Boner (voz), Line (teclado) e Larissa Conforto (bateria) – e dois rapazes – Gabriel Ventura e Gabriel Salazar (guitarras) – o grupo faz uma mistura interessante de indie rock e elementos eletrônicos, a exemplo de grupos como Gossip e Rapture. Dependendo do nível da performance, podem ser um dos destaques do diverso – para não dizer irregular – line-up do Lollapalooza Brasil.

Em entrevista exclusiva ao Virgula Música, Joana e o guitarrista Gabriel Ventura tentaram explicar a sensação de participar de um time tão seleto, e prometeram que o Lollapalooza não será o último grande festival da banda.

Virgula Música: Com apenas um EP no currículo você foram escalados para tocar no Lollapalooza Brasil. Vocês buscaram isso, ou o convite surgiu do nada?

Joana: O convite veio da GEO [Eventos, produtora do festival]. A oportunidade apareceu e a gente ficou meio… “Caraca, a gente vai tocar no Lollapalooza!” (risos).

Gabriel: Não esperávamos, de forma alguma. Foi uma surpresa boa para c**alho (risos). Agora estamos ensaiando muito para fazer um trabalho à altura do convite.

Virgula Música: Vocês vão tocar no dia mais esperado do festival, que tem como headliner o Foo Fighters. Nessas circunstâncias existe uma cobrança, por parte de vocês mesmos, de fazer bonito?

Joana: Ah, com  certeza. Temos que fazer jus ao convite, né? Vai ser um festival cheio de bandas iradas, que a gente gosta pra cacete. Queremos fazer bonito até por estar perto dessas bandas que nós escutamos, que nos influenciam.

Gabriel: Esse de longe é o show mais importante que já tivemos. Fora o fato de ser no mesmo dia do Foo Fighters, com os ingressos esgotados… É uma responsabilidade muito grande, uma carga bem pesada. Mas estamos ensaiando, vendo outros shows, pegando referências, tudo para fazer um bom show.

Virgula Música: Nesse mesmo dia toca a Joan Jett, um ícone do rock feminino. Sendo uma banda com várias meninas na formação, vocês se inspiram nela de alguma forma?

Joana: Ah, não tem como não ser, né? Temos quatro mulheres na banda, e não tem como ser diferente, acabamos chamando mais atenção por isso.


Virgula Música: Gabriel, como é estar numa banda com tantas meninas? É diferente de uma formação só com homens? 

Gabriel: É diferente porque você lida com mulheres, tem todo um “quê” a mais que banda com homem não tem (risos). Mas é um tempero bom. A forma de diálogo é diferente, elas se afetam muito mais com as coisas que falamos. A conversa é outra (risos)! os homens normalmente são um pouco mais desleixados, enquanto as mulheres prestam atenção em detalhes que geralmente os homens nem percebem.

Virgula Música: A recepção do público é diferente com as meninas nas apresentações?

Gabriel: É bem diferente, sim. Eu também gosto quando vejo uma mulher em um show. Elas têm um charme especial.

Virgula Música: No exterior vemos muitas bandas grandes com mulheres na formação, inclusive algumas consideradas clássicas. Aqui no Brasil esse número é bem menor. Vocês acham que falta espaço para a mulher no rock nacional?

Joana: Não acho que seja uma coisa só do Brasil, não, falta em todo o lugar. As pessoas em geral ainda pensam na mulher como o sexo frágil, mesmo que ninguém assuma isso. É uma coisa meio escondida.

Virgula Música: Se vocês pudessem dizer algo a quem vai ao primeiro dia do Lollapalooza Brasil mas não conhece o som de vocês, o que seria?

Joana: Eu pediria para nos darem uma chance, irem assistir ao show. Acredito que a gente possa encantar alguém.

Gabriel: Eu diria para elas não julgarem antes de ver o show. O que rola muito com a gente é que as pessoas veem a gente em cima do palco antes do show e criam preconceito, aquela coisa de “banda de menininha”, mas assim que a gente começa eles mudam de ideia. Então assistam ao show que a surpresa vai ser boa.

A Tipo Uísque se apresenta às 17h de sábado (7), no palco Alternativo.

Serviço – LOLLAPALOOZA BRASIL

– Dias 7 e 8 de abril de 2012, das 14h às 22h30
– Jockey Club da cidade de São Paulo – Avenida Lineu de Paula Machado, 1263
– Preço: de R$ 150,00 a R$ 500,00 – Veja todas as opções de preço e locais de venda aqui.
– Classificação: Livre (menores de 16 anos, apenas acompanhados dos pais ou representantes legais)
– SAC – faleconosco@lollapalooza.com.br / 4003-8878  


int(1)

Novata no circuito de grandes festivais, Tipo Uísque promete impressionar no Lollapalooza