Odd Future traz rap politicamente incorreto ao SWU


Créditos: gabriel quintão

Polêmica, polêmica, polêmica. Tudo em volta do coletivo de rappers Odd Future Wolfgang Kill Them All parece criar controvérsias, discussões e problemas. De fato, o comportamento do grupo – composto oficialmente por onze rappers – parece chamar mais atenção que a própria música. E quando um single ou outro se destaca, pode apostar: é por causa de um xingamento ou ofensa qualquer incluída em um verso.

E foi assim em Paulínia, na primeira apresentação do grupo no Brasil, dentro do SWU Music & Arts Festival. O OFWGKTA foi a penúltima atração do New Stage, neste sábado (12). Pouco conhecidos no Brasil, os americanos não arrastaram muito público ao palco secundário, mas quem estava lá se entregou de corpo e alma à baderna.

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Lugar comum em shows de rock, as rodas de pogo surgiram incessantemente durante o set do grupo, que durou cerca de uma hora. Mas as semelhanças com os roqueiros pararam por aí; no lugar dos dedos imitando chifrinhos, dedos médios em riste davam o teor da apresentação.

Liderados pelo prodígio Tyler, The Creator, de apenas 20 anos, os cinco integrantes que vieram ao país abriram o show com 64, escrita por Hodgy Beats, um dos mais empolgados – e agressivos – do coletivo. “Esses caras estão dizendo a vocês para não irem à loucura”, disse o rapper, apontando para os seguranças do palco. “Esqueçam isso! É um show do Wolf Gang, fiquem loucos!”

Mas somente em Yonkers, a nona do set e um dos poucos hits do grupo, a plateia se animou de verdade. Cantada por Tyler, The Creator, a faixa contém versos ofensivos direcionados a artistas como Bruno Mars, B.o.B. e Hayley Williams, do Paramore. O clipe da música, em que Tyler come um inseto vivo, garantiu a ele o prêmio de artista revelação de 2011 no Video Music Awards da MTV americana. Ao vivo, a performance com o inseto é ignorada, mas as ofensas não só continuam, como são exaltadas aos berros pelos cinco rappers.

O sol se escondia quando os dedos médios voltaram ao ar, marcando o ritmo do refrão de Fuck The Police, a penúltima do set. As luzes apagadas e telão desligado desanimaram parte do pequeno público, que migrava em direção ao Palco Consciência, embalado a essa altura por Damian Marley.

A execução de Radicals, que encerrou o show, foi o ponto alto do repertório. O refrão “matem pessoas, queimem m***a, f**a-se a escola!” era urrado pelo público que continuava próximo à grade, enquanto Tyler e cia. se balançavam e pulavam como loucos. Se o número de fãs brasileiros ainda é pequeno, ao menos são tão insanos e mal-educados quando os pioneiros da nova geração do rap.

Setlist:

01 – 64
02 – Murd
03 – Rolling Papers
04 – Forest Green
05 – Tron Cat
06 – Tang Golf
07 – Everything Is Yours
08 – I Got a Gun
09 – Yonkers
10 – Turnt Down
11 – Benediction
12 – Analog
13 – Sandwitches
14 – Brain
15 – Loaded
16 – Damier
17 – Fuck The Police
18 – Radicals


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Odd Future traz rap politicamente incorreto ao SWU