Omulu

Omulu

O DJ e produtor Omulu, que se apresenta domingo (3) no festival de música eletrônica Tomorrowland, entre 21h e 22h15, é um dos nomes mais quentes da nova eletrônica brasileira. Dono do selo Arrastão, por onde lança novos artistas do funk, ele vem batalhando no underground há alguns anos, mas iniciou uma trajetória explosiva, ainda em ascensão vertiginosa, graças ao sucesso da rasteirinha, variação mais lenta do funk.

Seu remix de Dom Dom Dom, do DJ Perera, com o MC Pedrinho, virou febre e Bagulho Doido, parceria dele com o DJ norte-americano Comrade vem sendo tocadas pelos monstrões Diplo e Skrillex, que rolaram o som para o mundo todo na rádio inglesa BBC.

Omulu, codinome de Antonio Antmaper tem uma visão positiva da volta da febre da música eletrônica e rejeita o estereótipo de som de playboy. “A música de alguma maneira ajuda a derrubar essas barreiras de classe e juntar pessoas diferentes que tem um gosto em comum”, argumenta. Se ligue na nossa conversa com o cara que promete “graves pesados, batidas quentes e melodias sensuais” para transformar o festival no To Morro Land.

Recentemente, você soltou um EP em que afirmou ter usado influências de EDM. A EDM deixou de ser apenas a maneiratr que os norte-americanos chamavam a música eletrônica pra se tornar um gênero, ou são apenas questões de timbres e andamentos?

Apesar do termo significar música eletrônica dançante ele tem sido usado para definir o som que tem rolado nos festivais nos últimos anos. Pra mim é um termo genérico que abraça a música eletrônica mais contemporânea.

A música eletrônica é vista genericamente como música de playboy, no entanto, aqui em SP quando tivemos a explosão do drum and bass, na virada do ano 2000, havia o fenômeno dos cybermanos, você acha que a eletrônica ainda é capaz de se comunicar com o gueto ou ele deixou de ser underground quando a elite se apropriou?

Eu não curto enxergar as coisas assim, acredito que a música de alguma maneira ajuda a derrubar essas barreiras de classe e juntar pessoas diferentes que tem um gosto em comum. Os guetos do mundo inteiro continuam produzindo sua própria música eletrônica e criando novos ritmos.

A música popular e o pop vem sendo influenciados pela música eletrônica, como a gente viu em Valesca Popozuda e Anitta, crê que o forró e o sertanejo sejam o próximo passo. Eu amei o Rei da Cacimbinha, que você compartilhou.

Acho que a música de um modo geral está sendo influenciada, porque produzir música eletrônica é mais fácil e mais barato que gravar instrumentos e também acho que a internet está ajudando a promover essa troca de referências entre os estilos musicais.

Você tem um ouvido bom para descobrir talentos, tanto que tem um selo que se dedica a isso, o Arrastão, quem são os caras que você mais gosta e indica no momento?

Vocês tem que conhecer o som do DJ Sydney Sousa, esse cearense radicado no Rio tem revolucionado a batida do funk carioca com uma sonoridade única.

O que as pessoas podem esperar do seu set no Tomorrowland?

Grave pesado, batidas quentes e melodias sensuais.

Que outros artistas que estão no line do festival gostaria de ver? 

Pô, se eu pudesse eu via muita coisa tipo: Tropkillaz, Keys N Krates, GTA, Borgore, Afrojack, Dimitri Vegas & Like Mike e até Nicky Romero, Hardwell e o Guetta.


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Omulu nega que eletrônica seja música de playboy. "Guetos estão criando novos ritmos"